Uma pesquisa recente mostrou que adolescentes preferem se informar por meio de youtubers do que por meio dos veículos tradicionais de notícias – e isso pode resultar em um futuro cada vez mais repleto de fake news.
O estudo foi promovido pela empresa de pesquisas online SurveyMonkey e pela Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos. Para o desenvolvimento da análise, foram entrevistados mil adolescentes norte-americanos com idades entre 13 e 17 anos.
A pesquisa começou bem, com mais de 75% dos entrevistados alegando que acham importante manter os olhos abertos em relação aos acontecimentos mais recentes. Entretanto, mais da metade destes disseram acompanhar as notícias via YouTube e demais redes sociais, como Facebook e Twitter, assistindo a celebridades, influencers e outras personalidades do mundo online.
Não que youtubers sejam pessoas do mal ou sem credibilidade, mas acontece que os próprios entrevistados assumem que os meios de comunicação, como jornais – físicos ou não – e portais de notícias são as fontes de informação mais seguras. Ou seja, eles escolhem viver em uma bolha.
E tem mais, recentemente, o YouTube foi acusado de promover vídeos sobre teorias de conspiração e outras desinformações, portanto, a situação fica ainda mais alarmante. Para Michel Robb, diretor sênior de pesquisa da Common Sense, os resultados são “motivo para preocupação”, e são mesmo, visto que, na maioria dos casos, youtubers não checam se as informações que estão transmitindo são, de fato, verdadeiras.
Porém, para Chris Stokel-Walker, autor do livro YouTubers, esse comportamento dos jovens não passa de uma adaptação à contemporaneidade. “O fato de as pessoas mais jovens estarem recebendo notícias de meios de comunicação não tradicionais não é surpreendente, e é preocupante se você acha que a maioria dos adultos ainda recebe notícias de fontes tradicionais de notícias”, afirmou Stokel-Walker ao portal TNW.
Contudo, isso não é motivo para que as fake news passem despercebidas. “Isso é preocupante em alguns aspectos, quando você tem pessoas produzindo conteúdo vendido como ‘notícias’ que nada mais são do que teorias de conspiração ou falsidades”, disse Stokel-Walker.
Ainda de acordo com o escritor, está acontecendo “um aumento na alfabetização midiática – para todos, não apenas adolescentes – então temos uma capacidade melhor de analisar o que é real e o que é falso”. Será? Só o tempo irá dizer – e esperamos que ele seja generoso com a cultura, com a economia e, principalmente, com o meio ambiente.
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