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Anvisa recebeu 458 ameaças e ofensas após aprovação da vacina infantil, afirma Barra Torres


 
 

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou que, até a última segunda-feira (14), o órgão recebeu 458 ameaças ou críticas à aprovação da aplicação de vacinas contra a Covid-19 em crianças.


Ele deu a informação nesta quarta-feira durante reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

O diretor afirmou que, antes da data da aprovação, a agência tinha recebido três ameaças relacionadas ao assunto.

"Nas primeiras 48 horas após a aprovação das vacinas, o número de ameaças por e-mail — e-mails intimidadores, termos agressivos —, ultrapassou 124, para ser preciso. Ou seja, saltamos de 3 antes da reunião para 124", disse. Segundo o diretor, o número seguiu crescendo e atingiu a marca de 458 ameaças ou críticas até a última segunda-feira (14). A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 foi aprovada em 16 de dezembro.

O dia com maior fluxo de mensagens recebidas pela agência foi 18 de dezembro (32 ameaças ou ofensas e 92 críticas).

A Anvisa enviou a íntegra das mensagens recebidas por e-mail e pelas redes sociais com ameaças e críticas aos servidores da agência, já com a identificação dos autores das mensagens.

Barra Torres afirmou que servidores já reportaram terem recebido outros conteúdos semelhantes em suas redes privadas, mas esta parcela não está incluída no levantamento compartilhado nesta quarta com o Senado.

Entre as ameaças, estão promessas de "fazer o que for preciso" para impedir a vacinação infantil, além de afirmações de que os endereços residenciais dos servidores serão encontrados e a de que eles terão as vidas "infernizadas". Uma das mensagens afirmava que era preciso "purificar a terra onde a Anvisa está instalada usando combustível abençoado".

Devido a três ameaças anteriores à aprovação da vacinação para crianças, Barra Torres pediu um encontro com o diretor-geral da Polícia Federal antes da reunião que decidiria sobre a vacina das crianças para tratar do assunto. "Quando chegamos à data de aprovação das vacinas, eu tive o cuidado de, na véspera, solicitar uma audiência com o diretor-geral da Polícia Federal onde pontuei: "Está para acontecer a reunião que poderá ser foco de ações criminosas"", disse.

As informações sobre as ameaças também foram enviadas para Supremo Tribunal Federal, Gabinete de Segurança Institucional, Procuradoria-Geral da República e Ministério da Justiça. A Anvisa também reportou ter recebido 58 elogios sobre o assunto.


Fonte: G1

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