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Banquinho para fazer cocô: entenda prós e contras, e por que existe uma posição correta

Foto do escritor: Portal Saúde AgoraPortal Saúde Agora


Por incrível que pareça, até para fazer cocô existe uma posição certa.


Em vez de sentar-se no vaso com os pés plantados no chão e as costas eretas, o ideal é formar "um ângulo de aproximadamente 35 graus entre o tronco e as coxas, simulando a posição de agachamento”, ensina a coloprotologista Ana Sarah Portilho, diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e médica do Hospital Albert Einstein.


Para acertar na postura, a dica da especialista é usar algum apoio para os pés. Existem produtos feitos para a posição de evacuação (veja ao fim da reportagem), mas é possível conseguir o ângulo com outros tipos de apoio, sem ser algo específico.


Por que a posição de agachamento ajuda?


Uma série de eventos acontece dentro do corpo quando você fica com vontade de evacuar, segundo a coloproctologista. São eles:


  1. aumento da pressão intra-abdominal;

  2. relaxamento do músculo puborretal, que, normalmente, fica fechado para garantir a continência;

  3. descida do assoalho pélvico, que serve para segurar órgãos como útero, bexiga, reto e próstata, para ajudar no relaxamento;

  4. relaxamento do esfíncter anal externo após o alinhamento adequado do reto.


“O esfíncter relaxa, permitindo a eliminação do conteúdo fecal. A posição de 35 graus favorece esse mecanismo, ao reduzir a curvatura do ângulo anorretal, tornando a evacuação mais eficiente e diminuindo a necessidade de esforço excessivo”, explica Portilho.


“O uso de um banquinho ou apoio para os pés pode melhorar significativamente a evacuação, porque esse posicionamento (que simula agachamento) reduz a necessidade de esforço excessivo, prevenindo constipação e diminuindo o risco de condições associadas, como hemorroidas, fissuras anais e impactação fecal”, afirma a médica.

Além disso, a coloprotologista afirma que um trânsito intestinal mais eficiente pode contribuir para a saúde geral do trato gastrointestinal, que é o nome dado ao caminho que a comida faz no nosso corpo desde a boca, o esôfago, o estômago até o intestino e outros órgãos digestivos.


O que acontece quando sentamos na privada com os pés no chão?


Quando sentamos com os pés diretamente apoiados no chão, sem nenhuma elevação, o ângulo dificulta a evacuação.


“O músculo puborretal, que desempenha um papel fundamental no mecanismo de continência, mantém um certo grau de tensão nessa posição, impedindo o reto de se alinhar de maneira mais favorável", alerta Portilho.


Como resultado, a evacuação pode exigir maior esforço e ser menos eficiente, aumentando o risco de constipação e desconforto", completa.


A altura do apoio faz diferença?


"Se for muito baixo, pode não promover a angulação necessária; se for muito alto, pode causar desconforto ou até dificultar o equilíbrio, especialmente em pessoas com limitações motoras", explica a especialista.


Apoios que tenham entre 15 centímetros e 25 cm de altura são eficazes para a maioria dos adultos, segundo a médica.

A proctologista diz que, em locais com adultos e crianças, o recomendável é ter um apoio para cada, respeitando as diferentes alturas.


Entre os banquinhos específicos para a ajudar na evacuação, existem modelos com altura ajustável e antiderrapantes. E muitos têm um desenho que permite encostá-los no vaso.

"Ele não atrapalha, cabe certinho no vaso sanitário por ser curvado", conta Pedro Monreal, analista de marketing, que comprou um. "Eu uso todo dia, é tipo uma versão de cócoras mais segura."


O apoio não é 'mágico'


Vale considerar que não vai ser o apoio, sozinho, que vai regular a saúde do intestino e te livrar da constipação.


"Eu tenho um e ajuda sim, mas não é mágica. Se comer só pão a semana inteira não vai adiantar nada. Tem que olhar a alimentação também", conta João Pedro Bepu, designer.


Por isso, é importante adquirir outros hábitos saudáveis, e isso inclui não passar um tempão sentado no vaso olhando o celular 😉


Veja as dicas da médica Ana Sarah Portilho:


  • alimentação rica em fibras: o consumo adequado de frutas, vegetais e cereais integrais favorece a formação de fezes macias e volumosas, facilitando a evacuação;

  • hidratação adequada: a ingestão suficiente de água é essencial para evitar fezes ressecadas e endurecidas, que dificultam a eliminação.

  • prática regular de atividade física: o exercício estimula o intestino, ajudando a manter o trânsito intestinal regular.

  • controle do estresse e fatores emocionais: distúrbios emocionais podem impactar o funcionamento do intestino, sendo importante adotar estratégias para gerenciamento do estresse.

  • evacuação eficiente e sem esforço excessivo: respeitar o reflexo evacuatório e evitar permanecer longos períodos sentado no vaso sanitário são hábitos importantes.


Quem não deve usar um apoio?


Segundo a coloproctologista, o uso de um banquinho requer atenção especial para grupos como idosos, pessoas com mobilidade reduzida, com alterações neuromusculares ou ortopédicas que dificultem a flexão dos quadris, o controle postural ou o equilíbrio.


"O banquinho pode representar um risco aumentado de instabilidade e quedas, especialmente nos momentos de sentar-se ou levantar-se do vaso sanitário", explica.


Para melhor uso em populações vulneráveis, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia indica:


  • banquinhos estáveis, antiderrapantes e com bordas seguras;

  • instalar barras de apoio laterais no banheiro, quando necessário;

  • orientar quanto à postura correta e à movimentação segura durante o uso;

  • evitar superfícies escorregadias e manter o ambiente livre de obstáculos.


Fonte: G1

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