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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Bebê que não conseguia respirar devido a tumor na face completa 1 ano



As brincadeiras de Braian Demjenski Pereira, que completa um ano na próxima sexta-feira (10/5), têm um sabor especial para os pais. A criança nasceu com um tumor epignathus de 800 gramas na face, que equivalia a 28,5% de todo o peso corporal dele. Para sobreviver, Braian precisou passar por cirurgias logo depois de nascer.


O tumor epignathus é extremamente raro: a incidência é de 1 a cada um milhão de nascidos vivos. O cisto ocorre sempre no rosto, se originando durante a gestação na região do céu da boca e se projetando para fora. Bebês que tem o epignathus precisam passar por operações para recompor a estrutura da boca e da laringe logo após o nascimento. Em algumas crianças, o tumor chega a ser do mesmo tamanho que o crânio.


No caso de Braian, o crescimento do tumor foi percebido logo no começo da gestação. No exame de imagem realizado na 18ª semana, os pais receberam o diagnóstico. “Estávamos tentado ter um filho há dois anos, e a chegada dele foi um misto de emoções. Logo depois de saber da gestação, já descobrimos o tumor”, lembra a mãe dele, Marciliana Demjenski, de 30 anos.


Após o diagnóstico, as consultas com exames de ultrassom passaram a ser semanais para acompanhar o desenvolvimento do bebê. “Vivemos uma semana por vez, sempre com angústia, medo e incerteza”, lembra o pai dele, Valmir Pereira, de 35 anos. O casal já tinha uma filha, Beatryz, de 13 anos.


Bebê passou por traqueostomia


No final da gestação, o tumor passou a representar uma ameaça à vida do bebê, pois já recobria toda a região da boca. Com 35 semanas, os médicos decidiram que era momento de fazer uma cesariana. O parto foi acompanhado por dezenas de profissionais e uma traqueostomia – única chance para a criança respirar – foi feita logo depois de ele ser retirado do útero.


“Entre nascer e chegar na UTI, coisa de uma hora e meia, ele sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias, ficou 25 minutos com o coração sem funcionar. Ele teve que tomar adrenalina, os médicos acreditavam que ele não voltaria e se voltasse poderia ter sequelas gravíssimas”, lembra a mãe.

A oxigenação de Braian era tão baixa que na Escala de Apgar, cujo ideal é entre 8 e 10, ele teve 1 de pontuação. “Quando ele foi levado para a UTI, fui acompanhando no elevador e vi os médicos reanimando meu filho. Foi um momento muito angustiante, não aceitava que pudesse perder meu filho depois de tanta espera”, lembra o pai.


Além das dificuldades pelas quais o recém-nascido passava, Marciliana também teve complicações e perdeu muito sangue durante o parto, precisando ser transferida para uma UTI. Ela só viu o bebê 12 horas após o nascimento.


A cirurgia para a retirada do tumor foi feita 2 semanas após o parto, quando o bebê já conseguia respirar sozinho graças à traqueostomia. O procedimento transcorreu bem, mas, durante 3 meses, Braian precisou seguir no Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba, ganhando peso até ser liberado.


Desenvolvimento monitorado


Logo depois da cirurgia, Braian teve de fazer acompanhamento neurológico e tomar um barbitúrico (remédio que previne convulsões e tem efeito sedativo), pois havia a suspeita de que o tumor pudesse ter comprometido o desenvolvimento de seu cérebro. Ele, porém, foi dispensado da medicação meses depois, ganhou peso e tem tido um desenvolvimento semelhante ao de outras crianças da mesma idade.


O acompanhamento oncológico segue sendo feito para avaliar a possibilidade de o tumor retornar eventualmente. Além disso, Braian tem passado por consultas regulares com diversos especialistas, principalmente cirurgiões plásticos que farão a reconstrução de sua face. “Hoje em dia, tenho minha vida 100% dedicada ao bem-estar do meu filho e aos compromissos médicos dele”, conta a mãe.

“Todos os dias quando ele acorda, a primeira coisa que faz é olhar pra nós e abrir um sorriso maravilhoso, com muita energia para brincar e fazer suas traquinagens, isso nos mantém firmes”, comemora o pai.


Fonte: Metrópoles

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