Enquanto o número de mortes e casos confirmados do novo coronavírus sobe exponencialmente no Brasil, o Ministério da Saúde está sem estoque de equipamento de proteção individual (EPI) para repassar aos estados e municípios. A informação foi confirmada pela pasta, que se esforça para importar mais 720 milhões de produtos. No entanto, parte do contrato que já estava firmado com a China caiu após outros países se anteciparem, enviando aviões próprios para recolher os equipamentos chineses.
Os Estados Unidos, por exemplo, adquiriu EPIs e enviou cargueiros para retirá-los na China. Com isso, a empresa que já haviam firmado contrato alegou falta de estoque para fornecer 200 milhões de máscaras. Em coletiva desta quarta-feira (01/04), o ministro Luiz Henrique Mandetta expôs a preocupação. “O nosso problema é que este vírus foi extremamente duro e derrubou, parou a produção dos equipamentos de proteção individual que os hospitais utilizam no mundo todo. A China é a principal produtora e e a gente está lutando para comprar. As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizá-las, muitas caíram”, afirmou. Nos últimos dias, o ministério distribuiu aos estados e municípios mais de 40 milhões de EPIs. Por enquanto, os estoques nas secretarias de saúde estão abastecidos, mas sem a previsão de normalização da pandemia e com a estimativa de pico para este e os próximos meses, Mandetta adiantou que este será um problema tanto para o Brasil, quanto para o resto do mundo.
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“Quando você olha isso, a máscara, a luva, o gorro que a gente usa para o coronavírus, é o mesmo que a gente usa para operar todas as urgências, para o paciente infartado, para uma enormidade de situações. Quando o sistema cai, cai para todo mundo”, explicou o ministro. Para que o Brasil consiga ter tempo para se reabastecer, Mandetta fez um pedido à população: “fiquem em casa, mantenham as medidas de distanciamento social para que o sistema se prepare. Quem tem máscara, leve ao hospital, os médicos vão precisar. Mais do que nunca a gente tem que poupar ao máximo.”
A falta de EPI não é o único gargalo que a Saúde se prepara para enfrentar. A compra de reagentes e medicamentos também é um desafio. Prevendo um colapso na cadeia de suplementos, a Índia, o principal fornecedor mundial de genéricos, restringiu, em março, a exportação de 26 ingredientes farmacêuticos e remédios.
Fonte: Correio Braziliense
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