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Carnaval: o manual para resistir até o último bloco e evitar doenças

Muitas vezes, o Carnaval é sinônimo de longas caminhadas nos sambódromos ou atrás de bloquinhos, exposição a altas temperaturas e chuvas de verão, alimentação desregrada, dificuldade de hidratação, consumo de álcool e pouco sono. Mas há como lidar com esses pontos para não perder a folia e nem a saúde? Confira:

Roupas e calçados confortáveis e leves

Lembre-se que você vai ficar muito tempo em pé. Diga não aos saltos e aos sapatos apertados. O calçado ideal é o do seu tamanho e com palmilha de proteção, como os tênis.

Para evitar lesões musculares e dor, tente descansar 15 minutos a cada duas horas. Se possível, faça alongamentos antes de sair de casa”, orienta o médico intensivista e clínico geral Leonardo José Rolim Ferraz, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Quanto às fantasias, deixe de lado as muito quentes e pesadas.

Como se proteger do sol no Carnaval

Abuse do uso de filtro solar, principalmente em áreas como rosto, pescoço, orelhas e pés. A reaplicação deve ocorrer, no máximo, a cada quatro horas, mesmo em dias nublados.

As chamadas barreiras físicas (bonés, viseira e óculos de sol) também são recomendadas para evitar queimaduras e diminuir o risco de insolação, uma exposição excessiva que provoca desidratação, indisposição e muito mal-estar.

Tome bastante água

Manter-se hidratado é imprescindível para que o corpo funcione bem e mantenha o pique, especialmente em períodos de excessos. É a água que garante a oxigenação dos órgãos, a eliminação de substâncias tóxicas — principalmente por meio da urina — e o transporte de nutrientes pelo organismo, já que é componente do plasma sanguíneo.

“Na prática, quando não ingerimos uma quantidade adequada de água, estamos diminuindo a capacidade de oxigenar os tecidos do corpo. Em casos extremos, podemos comprometer a função de órgãos como o rim e o coração”, explica o médico do Einstein.

Sintomas da desidratação: os mais óbvios são a sede e a urina escura. O porém é que nem sempre os sinais são claros — idosos, por exemplo, podem ter esses mecanismos comprometidos.

Além disso, a ingestão de outros líquidos, como refrigerantes, cerveja e destilados, engana o folião. Pele ressecada, fraqueza, tontura e dor de cabeça são outros indicativos.

“Tome água sempre que possível. Além de manter organismo funcionando, o líquido reduz os sintomas da ressaca”, pondera o clínico geral.

Tenha uma alimentação leve

Comer em casa antes de sair para a folia é sempre a melhor opção, uma vez que há controle da procedência dos ingredientes e armazenamento. Outra dica é evitar gordura, frituras e pratos pesados, que têm digestão mais lenta no organismo.

“O processo de digestão gasta energia e o folião vai precisar dela para pular o Carnaval”, explica o médico do Einstein. Dê preferência a alimentos leves, como saladas, carne grelhadas e frutas. Na rua, compre alimentos de estabelecimentos conhecidos e fuja de qualquer opção crua para evitar a intoxicação alimentar.

Não dá pra escapar: modere no álcool

A melhor forma de evitar ressaca no dia seguinte é não exagerar e intercalar a bebida alcoólica com água. O limite diário estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ingestão de álcool é de 30 gramas. Bebida (dose)Quantidade de álcool na bebida1 lata de cerveja17 gramas1 copo de chope10 gramas1 taça de vinho10 gramas1 dose de destilado (uísque, cachaça ou vodca)25 gramas

No entanto, fatores como gordura corporal, sexo (mulheres são mais sensíveis) e uso de remédios afetam o impacto do álcool no organismo. Ou seja, é importante conhecer o próprio corpo.

Um mito sobre o álcool: é dito que ele evapora no calor. Mentira! “Quando você toma muita cerveja, por exemplo, vai mais vezes ao banheiro e elimina água. E, no suor, o que perdemos é água, não álcool”, esclarece Rolim Ferraz. O consumo de bebidas em excesso na realidade desidrata o corpo.

E uma verdade: a ressaca de álcool é agravada pelo tabagismo. Um estudo realizado pela Universidade Brown, nos Estados Unidos, com 113 universitários mostrou que fumar tende a aumentar o consumo de bebida alcoólica e intensifica sintomas como náuseas, dor de cabeça e fadiga no dia seguinte. “Ter ressaca nunca é uma boa ideia. Em curto prazo, ela interfere em habilidades como atenção e reflexos e prejudica o desempenho de atividades intelectuais”, diz o médico.

Quando você passa do ponto: a fala mole e enrolada e o desequilíbrio são sintomas comuns do consumo exagerado de cerveja e afins. Nessa situação, descansar e se hidratar é a melhor solução.

“Minha recomendação é só comer alguma coisa quando estiver melhor para não correr o risco de vomitar”, preconiza o clínico geral do Einstein. Um médico deve ser procurado se houver desmaio ou perda da consciência.

E nada de dirigir! “O Brasil é um dos países com maior taxa de acidentes de trânsito relacionados com bebida. O indivíduo coloca em risco a vida dele e de outras pessoas”, adverte Rolim Ferraz.

Sexo protegido

Uma proposta: sempre ande com uma camisinha, seja ela feminina ou masculina. Calor, festas, música, bebida e alegria podem favorecer relações sexuais — e é bom sempre estar prevenido. Estima-se que, após o Carnaval, a procura por testes de gravidez cresça 15%.

“Mais do que evitar a gravidez, o uso de preservativo protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e aids”, reforça Rolim Ferraz.

Para ter uma ideia, a OMS calcula que 376 milhões de pessoas no mundo têm alguma infecção sexualmente transmissível curável, a exemplo de clamídia e gonorreia. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2010 e junho de 2019, foram notificados 650 258 casos de sífilis adquirida.

Cuidado com a mononucleose (doença do beijo)

Assim como a gripe e o resfriado, a mononucleose é transmitida pela saliva durante o beijo ou por gotículas que são liberadas ao falarmos, tossirmos ou espirrarmos. Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), a doença do beijo tem como principais sintomas febre alta, dor de garganta e aumento dos gânglios, que começam a aparecer entre quatro e seis dias após a infecção.

Se você apresenta sinais de mononucleose ou de qualquer outra doença infectocontagiosa, evite aglomerações para não espalhar o problema. Cubra a boca quando tossir ou o nariz quando espirrar. E use álcool gel.

Fonte: Abril Saúde

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