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Com mais de 4 mil casos de dengue, Acre decreta situação de emergência em saúde pública



O Acre decretou emergência em saúde pública por conta do aumento de casos de dengue e síndromes respiratórias (SRAGs).


A Secretaria de Saúde do estado (Sesacre) publicou, nesta quinta-feira (9), o decreto nº 11.619 que é válido por 90 dias para mobilização de recursos assistenciais para municípios.


Conforme o último boletim das arboviroses, ano passado o Acre registrou 4.036 casos de dengue e a morte de uma criança de 9 anos pela doença. Outros dois casos fatais ainda estão em investigação.


Nessa quarta (8), o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, havia anunciado que iria decretar situação de emergência. Segundo ele, os casos de dengue registrados ano passado são o principal motivo para a necessidade do decreto.


Ele informou que a medida é necessária para o recebimento de recursos financeiros do governo federal para investimentos em prevenção e tratamentos, com foco no apoio aos municípios que têm menor infraestrutura.


Além disto, uma nota técnica do Ministério da Saúde informou que o tipo 3 do vírus da dengue voltou a circular no país. Não foram detectados casos no Acre, mas a pasta pretende agir de forma preventiva para impedir a circulação.


Até a 49ª semana epidemiológica de 2024, ou seja, até o dia 7 de dezembro, o estado tinha 4.658 casos confirmados. O número é 7,7% maior que o registrado no mesmo período de 2023.


Esse crescimento nas notificações de casos prováveis da doença tem refletido na procura pelas unidades de saúde, e preocupa as autoridades. Ainda conforme os dados da Sesacre, ano passado foram mais de seis mil notificações.


Dos pacientes diagnosticados com a doença, 24 deles evoluíram com sinais de alarme e precisaram de hospitalização.


Não há casos confirmados, tão pouco de pacientes diagnosticados com dengue que apresentaram o sorotipo da dengue 3 no estado do Acre, mas outros entes federativos acabaram apresentando e esse também é um sinal de alerta para nós, a equipe da vigilância como um todo”, afirmou o secretário.

Plano de contingência


O secretário de Saúde de Rio Branco, Rennan Biths, afirmou que um plano de contingência foi elaborado e que o combate à dengue conta com a participação de diversos órgãos.


O gestor ressaltou que iniciou um mutirão de limpeza contra focos de larvas do mosquito Aedes aegypti, em dezembro do ano passado, para reforçar a mobilização contra a doença durante o inverno. Porém, segundo Biths, é necessário que a sociedade também contribua, começando pelas residências.


Na tarde (7), as equipes de limpeza começaram os trabalhos no Segundo Distrito. "É feito um esforço de limpeza dos espaços públicos, dos logradouros. A gente pede à população que possa estar atento a esses reservatórios dentro das suas residências, caixa d'água, tampa, vaso de planta, que a gente tenha esse cuidado. Por quê? Porque a principal estratégia, com relação especialmente às arboviroses, é a gente evitar que o vetor se reproduza, que é o mosquito", disse.


Morte no interior


No dia 8 de dezembro, menino Felipe Mota, de 9 anos, morreu com suspeita de dengue grave em Cruzeiro do Sul, no interior do estado. O menino deu entrada na UPA do município no dia 4 de dezembro com sintomas leves, foi atendido e liberado logo em seguida.


Ainda no mesmo dia, o menino piorou. No dia 7, a criança foi internada no Hospital Regional do Juruá, e morreu no dia seguinte. De acordo com Rondiney Brito, pediatra da unidade, o menino testou positivo para a dengue e teve sinais de hemorragia, o que pode caracterizar a forma grave da doença.


“Ele vomitou e, nesse vômito, veio raios de sangue. Então, a gente classifica como uma dengue hemorrágica, onde temos distúrbios hematológicos, como plaqueta baixa, hemoglobina baixa, necessidade de transfusão. Então, esse paciente evoluiu com um quadro de dengue hemorrágica”, disse à Rede Amazônica Acre.

Por muitos anos, a forma mais severa da dengue foi classificada como “dengue hemorrágica”, mas o termo não é mais usado pela comunidade médica. Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou para “dengue grave”, movimento aderido pelo Ministério da Saúde em 2014.


Segundo Brito, o menino recebeu todo o atendimento necessário e todos os protocolos foram seguidos. Porém, devido à evolução do quadro, ele precisou ser entubado, o que complicou ainda mais seu estado de saúde.


O protocolo inclui um procedimento chamado expansão volêmica, que busca aumentar a quantidade de sangue que circula no organismo, e que, no caso da vítima em Cruzeiro do Sul, foi feito utilizando soro fisiológico.


Fonte: G1

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