Apesar da redução do número de internações e avanço da vacinação na cidade do Rio, o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz disse que o carnaval depender da taxa de transmissão da Covid-19. A declaração foi durante a audiência pública da Comissão Especial do Carnaval da Câmara de Vereadores do Rio, presidida por Tarcísio Motta (PSOL), nesta sexta-feira.
— A recomendação da Secretaria de Saúde a todos os órgãos da prefeitura é que se programem, sim, para fazer réveillon espetacular, o maior carnaval da nossa história no ano que vem, mas é claro que a gente vai acompanhar os números muito de perto. É claro que a gente precisa ter uma taxa de transmissão baixa, uma capacidade de atender pessoas, caso tenha aumento do número de casos. Se tiver uma taxa de transmissão alta por si só já não dá para fazer carnaval e, é claro, ainda vamos precisar de algumas medidas de proteção — afirmou Soranz.
Vereadores, autoridades de saúde e representantes da prefeitura e do carnaval participaram da audiência virtual Foto: Reprodução
Também presente na audiência, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Perlingeiro, se mostrou otimista com a realização do carnaval 2022. Ele ressaltou, no entanto, que, caso seja necessária a redução de público, como ocorre nos estádios, ele prefere adiar o evento:
— A exemplo do futebol, que já abriram estádios com capacidade reduzida, quero avisar que o carnaval não é assim. Já temos acordo com todos que trabalham no carnaval. Nosso espetáculo é diferenciado. Se disserem que só podem ter 50% da Sapucaí, iremos para julho de 2022. Não vai querer um componente de máscara, dois metros de distância um do outro, jogando um regador de álcool em cima dele, não tem a menor possibilidade de fazer.
Presidente da Sebastiana e representando os blocos Zé pereira e Cordão da Bola Preta, Rita Fernandes, disse que só fará carnaval com o aval das autoridades de saúde:
— A ciência e a vida estão acima de qualquer decisão. Não faremos carnaval se os órgãos de saúde não derem sinal verde absoluto. Quando a gente pode ter uma data por parte dos órgãos de saúde, Fiocruz, UFRJ e Secretaria de Saúde para que a gente possa de tomar uma decisão — questionou.
O pneumologista Hermano Castro, da Fiocruz, defendeu que a cidade se prepare para o carnaval, mas que as autoridades já comecem a atuar nos eventos atuais de preparação para o evento, como ensaios e o trabalho nos barracões:
— As preparações, como são em ambiente controlado, se tiver que fazer ensaios, isso é para agora, já para as autoridades começarem a agir. Estou pensando na saúde desses trabalhadores dos barracões, porque muitos deles são idosos, acima de 60. Então tem que garantir dose de reforço, uma série de coisas.
Fonte: O Globo
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