A mãe do bebê João Guilherme Rodrigues Martins, que morreu ao pegar Covid-19 em Barretos (SP), fez um apelo para que as pessoas não façam festa no Carnaval por causa do risco de adoecerem, principalmente as crianças.
“Criança pega, é o mesmo avanço de um adulto, não é leve. Fica meu apelo de mãe para as outras mamães que estão passando pelo mesmo caso que eu. Não vamos deixar acontecer com mais ninguém. Carnaval, não. Aglomeração, não. Festa, não. Vamos acordar. O João se foi nessa madrugada. Com quantas crianças vai acontecer o mesmo caso?”, disse. O menino, de um ano e três meses, morreu na quinta-feira (17) por complicações causadas pela doença. Ele foi internado na Santa Casa na quarta-feira (16) após apresentar convulsão em razão da febre alta. Letícia afirma que o menino começou a ter febre na segunda-feira (14) e que ela procurou a unidade básica de saúde (UBS) três vezes. Só na quarta-feira, quando o estado de saúde piorou, é que João Guilherme foi encaminhado para a Santa Casa e fez o teste que apontou a infecção pelo coronavírus.
“Meu filho estava com 39, 40 graus de febre. Dipirona, paracetamol, ibuprofeno, remédio nenhum cortava a febre do meu filho. Na hora do almoço [quarta-feira], eu vi que meu filho não estava bem, ele estava entortando. Eu corri com ele para o posto de saúde mais próximo de casa e ele estava convulsionando.”
Após ser internado, o menino não resistiu e sofreu falência múltipla dos órgãos. Letícia acredita que se o filho tivesse sido diagnosticado antes, o quadro poderia ter sido diferente. A mãe dela testou positivo para Covid na terça-feira (15), mas os outros membros da família não fizeram o exame apesar de ela ter comunicado aos médicos e de todos terem apresentado sintomas de gripe.
“Se tivesse feito o teste de Covid nele, não agravaria como agravou. Só minha mãe fez o teste, ninguém mais aqui de casa.” Atendimento prestado O secretário de Saúde de Barretos, Cleber Rosa, lamentou a morte da criança e afirmou que o protocolo aplicado seguiu o que estabelece a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“A criança não tinha comorbidades, e a grande maioria das crianças não evolui como estatística ruim. A conduta médica, a gente tem a comprovação. Foi feita a prescrição, a dispensação da medicação, que é uma conduta clínica que estava tratando a Covid, inclusive independentemente de um teste positivo ou não. A criança recebeu o antibiótico, o corticoide, o antitérmico, não tinha o que fazer além do que foi feito.” Cleber Rosa disse que desde novembro de 2021, João Guilherme passava por atendimento médico com episódios de infecção, e que o coronavírus pode ter sobrecarregado o organismo já vulnerável da criança.
“Ela teve uma tempestade de citocina onde o sistema imunológico dela reagiu demais ao vírus, gerou uma inflamação no coração, comprometendo o fluxo de ejeção, que levou à falência múltipla dos órgãos.”
Fonte: G1
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