☕🥐🥣 Nem todos sentem fome ao acordar, mas pular o café da manhã não pode ser uma opção, segundo os especialistas. E isso vale tanto para crianças quanto para adultos.
🕡 No caso dos pequenos, quanto mais cedo eles entram na escola, mais difícil parece ser para os pais ver os filhos fazendo uma refeição matinal completa. Mas o desjejum é uma das três principais refeições do dia e não pode ser negligenciado.
❓ Mas qual o tamanho do problema? Um estudo feito a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, com estudantes do 9º ano, em 2012 e 2015, concluiu que a prevalência de omissão do café da manhã (consumo por menos de cinco dias por semana) foi de 38,1% em 2012 e 35,6% em 2015, sendo mais elevada entre meninas e estudantes de escolas privadas.
A omissão dessa refeição foi mais elevada entre os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E as capitais brasileiras pertencentes às regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores prevalências de omissão do café da manhã.
Primeiro passo: acordar (um pouco) mais cedo
Para contornar a falta de apetite pela manhã, antes da escola, é recomendável procurar despertar as crianças com mais tranquilidade e sem estresse. Às vezes, é preciso acordar um pouco mais cedo para ter menos correria. Em algumas situações, pode ser preciso também dormir mais cedo na noite anterior.
Além dos cuidados citados, a hora o jantar na véspera também pode impactar na fome pela manhã. Crianças que realizam muitas atividades noturnas, principalmente esportivas, chegam tarde em casa, acabam jantando mais tarde e dormindo logo em seguida.
“Além de não ter um sono reparador, pois o trato digestivo estará em plena atividade, elas podem apresentar episódios de refluxo gastresofágico e podem acordar sem fome. O ideal é jantar pelo menos 2 horas antes de deitar”-se, orienta a médica especialista em nutrologia pediátrica Tania Mara Perini.
O uso de telas no período noturno também deve ser evitado, pois altera a qualidade e o tempo de sono.
“As famílias estão deixando de fazer acordos e ter regras dentro de casa. A permissividade e o mal exemplo dos adultos favorecem domicílios disfuncionais, onde crianças dormem a hora que querem, acordam sob “berros” e não mais com beijos de bom dia. Já saem de casa mal-humorados e descarregam nos ‘lanches’, também permissivos para terem alguma sensação de ‘recompensa’”, afirma Perini.
Tenha em mente: jejum prolongado tem impacto
O jejum prolongado em crianças pode levar a queda do rendimento escolar e a prejuízos nutricionais importantes. Laticínios e cereais, por exemplo, podem não ser recuperados durante o resto do dia.
“Essas crianças podem apresentar algum mal-estar físico, como dor de cabeça, tontura, fraqueza e enjoo. Esses sintomas são típicos da hipoglicemia (teor de glicose no sangue inferior ao normal) causada por muitas horas sem se alimentar”, acrescenta a médica.
Crianças e adolescentes que “pulam” o café da manhã acabam exagerando nas calorias ao longo do dia e apresentam maiores chances de obesidade infantil, conforme análise de 40 estudos envolvendo mãos de 320 mil crianças e adolescentes de 2 a 20 anos, destaca a nutricionista materno infantil Monica Assunção, docente da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas e PhD em Saúde da Criança e do Adolescente.
Além da obesidade, este hábito pode também desencadear o desenvolvimento do diabetes tipo 2, síndrome metabólica, fatores de risco cardiometabólico e problemas de saúde psicossocial.
O que oferecer e o que não colocar na mesa?
Pesquisas de âmbito internacional destacam a importância do café da manhã para o desempenho cognitivo, escolar e qualidade nutricional, necessária para os processos fisiológicos.
Entre os erros mais comuns no café da manhã das crianças, estão:
🚫Bebidas açucaradas, como sucos prontos
🚫achocolatados em excesso
🚫produtos ultraprocessados, como biscoitos, salgados tipo chips, embutidos (presunto, mortadela, blanquet, salsicha)
🚫iogurtes adoçados
🚫leite fermentado
🚫cereais adoçados
Um café da manhã adequado para crianças e adolescentes precisa ter:
✅1 porção de proteína (ex: leite ou derivados lácteos semi-desnatados; ovos; iogurte natural, que pode ser adoçado com frutas, mel* ou granola)
✅1 porção de carboidrato (Ex: pão – de preferência integral -, milho cozido, cará cozido, amaranto, tapioca, cuscuz de milho, aipim e bolos caseiros, como cenoura, banana e maçã que, podem ser adoçados com frutas como as passas).
✅1 porção de fruta
*Algumas preparações contemplam diferentes grupos alimentares, como vitamina de frutas; mingau e panqueca de cereais.
*apenas crianças acima de 2 anos podem consumir mel
Açúcares devem ser evitados, mas crianças acima de 2 anos podem consumir açúcar com moderação. Se a criança resistir demais em adoçar o iogurte com mel e granola, o tipo de açúcar mais recomendado é o mascavo e, em seguida, o demerara. O refinado é o mais condenado por especialistas.
A nutricionista Assunção orienta que, para contornar a falta de apetite antes da escola, vale ofertar pequenas porções onde a diversidade seja mais importante do que a quantidade neste horário.
E o que não pode faltar?
“Não pode faltar o laticínio, que é fonte de proteína de alto valor biológico, de cálcio, de gordura. Porém, deve-se respeitar intolerâncias e culturas. Vegetarianos e crianças com alergias e intolerâncias alimentares devem ser orientados por profissional capacitado”, orienta a médica Perini.
Fonte: G1
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