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'Droga zumbi': homens pardos de 15 a 34 anos são maioria entre usuários em São Paulo, diz estudo; consumo explodiu em 4 anos



Garotos e homens pardos de 15 a 34 anos de idade são a maioria dos usuários de "droga zumbi" na cidade de São Paulo, aponta levantamento feito por secretárias de saúde do município e do estado. A análise mostra que o consumo explodiu nos últimos quatro anos.


Os dados de 2021 a 2024 estão no Boletim Epidemiológico Paulista (Bepa) da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde. Eles foram coletados por meio da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) da pasta municipal.


De acordo com os órgãos acima, a "droga zumbi" é um dos nomes das chamadas drogas K (K2, K4, K9 e spice). Elas afetam o sistema nervoso central e podem levar à morte por serem canabinoides sintéticos.


As drogas K surgiram em laboratórios no início dos anos 2000, têm como base os canabinoides sintéticos, mas usar o termo "maconha sintética" para elas é errado. A explicação é complexa, mas em suma quer dizer que o canabinoide feito em laboratório se liga ao mesmo receptor do cérebro que a maconha comum, mas em uma potência até 100 vezes maior.


Segundo as autoridades em saúde pública os efeitos podem ser piores do que o crack. Esse tipo de droga é capaz de produzir efeitos psicoativos e tóxicos levando seus usuários a um estado popularmente conhecido como "efeito zumbi". Justamente porque a pessoa passa a ter alucinações após inalar o entorpecente.

O estudo mostra o seguinte cenário:


  • Em 2021: foram 25 casos;

  • 2022: 99 casos;

  • 2023: 1.099 casos e

  • 2024: 1.098 casos.


"Em resumo, os resultados apontam um aumento constante do consumo de drogas, em que a população de usuários é predominantemente masculina, parda e tem de 15 a 34 anos", informa trecho do estudo de saúde sobre o uso da "droga zumbi" na capital paulista.

Pela análise dos especialistas, "além do aumento nos números de casos, este estudo comprovou que essas drogas estão em ascensão, em comparação com as demais, e que os picos de abuso ocorrem principalmente em períodos depois de festividades e férias escolares".


Um dos objetivos do estudo é fazer com que o poder público possa desenvolver políticas de saúde que reduzam o consumo desse tipo de droga e combatam os danos causados por ela.


Os pesquisadores constataram que "ainda não foi possível promover políticas públicas eficazes" contra o uso da droga que "representa um problema de saúde e segurança pública".

O g1 procurou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para comentar o assunto. A pasta enviou a seguinte nota:


"A Polícia Civil atua no combate ao tráfico de entorpecentes por meio de ações de inteligência e estratégicas, por meio do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). As equipes da especializada identificam os pontos de distribuição e rastreiam laboratórios clandestinos, interceptando a distribuição em varejo, com apreensão das drogas e prisão dos suspeitos. As operações do Denarc realizadas em 2025 levaram, até o momento, à apreensão de 114 quilos das drogas ‘K’", informa a SSP.

A Secretaria Municipal de Saúde também divulgou um comunicado sobre o tema:

"A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que a Rede de Atenção Psicossocial foi ampliada em 20 novas unidades nos últimos anos, sendo sete entregues desde 2021. Atualmente são 103 na cidade. Os Caps Álcool e Drogas e os Caps Infanto Juvenis são os pontos estratégicos para o cuidado a longo prazo das pessoas que tenham problemas nesse sentido. O acompanhamento, realizado por equipes multidisciplinares, é composto de atendimentos individuais e coletivos com objetivo de promover o cuidado integral e a autonomia dos usuários", informa a nota da pasta.


A equipe de reportagem também procurou a Secretaria de Estado da Saúde e a prefeitura de São Paulo para tratarem do caso. Assim que os órgãos se pronunciarem, os seus posicionamentos serão incluídos na reportagem.


Fonte: G1

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