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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Entenda o que é a laceração de tendão que o padre Fábio de Melo teve no braço


 
 

Em uma publicação na rede social Instagram na noite de domingo (28), o padre Fábio de Melo contou sobre uma cirurgia que havia feito para tratar uma laceração parcial, um tipo de lesão, em um tendão do braço.


Na foto, o religioso aparece de tipoia e com uma tala de gesso que imobiliza, inclusive, a mão esquerda. Os tendões servem para ligar os músculos aos ossos; o bíceps é o músculo que fica na parte superior do braço, entre o ombro e o cotovelo. Na ponta, ele se une no cotovelo – esse foi o local da lesão do padre, na região do bíceps distal.

Apesar de o próprio religioso ter dito que se tratava de uma lesão diferente, um dos cirurgiões, o médico José Carlos Garcia Júnior, postou uma foto do procedimento e uma descrição. Causas O médico ortopedista Jorge Henrique Assunção, especialista de ombro e cotovelo da USP, explica que lesões como a do padre costumam ser causadas por vários motivos: desde o desgaste natural dos tendões, que vem com a idade, até problemas causados por exercícios de musculação ou levantamento de peso muito grande, como um móvel. "O paciente típico que a gente tem desse tipo de lesão são homens, de 40 a 60 anos, que, durante um esforço, foram carregar um objeto muito pesado e acabam tendo a ruptura do tendão do bíceps na região do braço ou do cotovelo", explica Assunção. Já na musculação, os exercícios que costumam causar o problema são os que treinam o bíceps, como a rosca direta – em que a pessoa segura dois halteres, um em cada braço, e os levanta de forma a contrair, isoladamente, o bíceps, com os cotovelos próximos ao corpo. Outros exercícios, como o supino ou o crucifixo, por exemplo, também podem machucar o bíceps, mas em outras partes do músculo. Como evitar? O ideal é realizar exercícios de fortalecimento e alongamento do bíceps, com orientação de profissionais de educação física ou fisioterapeutas, e evitar sobrecargas nos pesos ou nas repetições durante a musculação – além de não usar anabolizantes, explica Assunção. Tratamento O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico – depende da lesão, explica Jorge Henrique Assunção. "Existem as lesões completas e as lesões parciais do tendão. Essas lesões parciais são mais difíceis de diagnosticar e são mais difíceis de tratar, porque existe uma controvérsia na literatura se uma lesão parcial deve ser tratada cirurgicamente ou clinicamente – ao contrário da lesão completa, onde existe uma definição clara: o tratamento melhor é o cirúrgico", diz o ortopedista. No caso do padre, por exemplo, a laceração do bíceps foi parcial. Ele conviveu com o problema por 20 dias antes de ser operado.

"Provavelmente ele passou esses 20 dias para ser operado porque, provavelmente, surgiu alguma dúvida em relação ao melhor caminho a ser tomado no tratamento", aponta Assunção.

"Todo procedimento cirúrgico tem os seus riscos. Todo tratamento ortopédico, para você operar, tem que ser superior ao tratamento menos invasivo, que seria o tratamento clínico. Existe uma dúvida na literatura se lesões parciais, tratadas cirurgicamente, têm resultados muito superiores aos das lesões tratadas clinicamente", esclarece. A depender do tipo de lesão, depois da cirurgia, o paciente costuma ficar com o braço imobilizado por duas a três semanas. Depois, ele faz reabilitação com exercícios para ganho de movimentação do cotovelo que podem durar de 2 a 8 semanas. A partir de 8 semanas de pós-operatório, são iniciados exercícios de fortalecimento. "A expectativa é que o paciente esteja reabilitado e apto a voltar às suas atividades físicas habituais por volta de 4 meses [depois da cirurgia]", explica Assunção. Se, por outro lado, ele não faz a cirurgia, o tratamento é feito apenas com fisioterapia. "O que acontece é que o bíceps não é o principal músculo responsável para você dobrar o braço – é um músculo chamado braquial. O bíceps é apenas um auxiliar; como ele é um auxiliar, às vezes você consegue conviver com uma lesão sem grande prejuízo funcional", diz o ortopedista. "Por isso que, às vezes, [em] pacientes mais idosos, com menor demanda funcional, você pode optar por um tratamento clínico. Você não vai perder movimentação; pode perder uma certa potência de força, mas, para uma pessoa que tem uma baixa demanda, não vai ter uma repercussão funcional muito importante", pondera o médico.


Fonte: G1

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