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Entenda problema de saúde que levou Agüero, do Barcelona, a anunciar aposentadoria aos 33 anos


 
 

Depois de quase duas décadas em campo, o coração de Sergio "Kun" Agüero o obrigou a parar. O atacante do Barcelona convocou uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, para anunciar que foi forçado a pendurar as chuteiras devido a problemas cardíacos.

O pesadelo do jogador argentino de 33 anos começou no último 30 de outubro, quando, aos 40 minutos do jogo contra o Alavés, válido pelo Campeonato Espanhol, no Camp Nou, ele caiu no chão, tonto e com as mãos no peito. Após receber tratamento em campo, Agüero conseguiu deixar o local andando. Ele foi transferido para um hospital para passar por exame cardiológico, que acabou detectando uma arritmia.


— Arritmia é consequência geral de uma doença cardíaca estrutural — explica o cardiologista Fabricio Braga, diretor médico do Laboratório de Performance Humana da Casa de Saúde São José.


Ainda não se sabe o diagnóstico etiológico da doença de Agüero, ou seja, ainda não foi divulgado o nome do problema cardíaco. De acordo com o médico, é provável que seja a cardiomiopatia:

— É a causa mais comum de doença que desqualifica um indivíduo para a prática esportiva profissional. Eu arriscaria dizer que ele tem o tipo hipertrófica, que é genética e a mais comum. Ela é a principal causa de morte súbita entre atletas.


Fabricio explica que uma a cada 500 pessoas é portadora deste tipo de cardiomiopatia, porém, isso não quer dizer que todas elas desenvolverão a doença. Mas ele alerta:

— Por isso, a Fifa recomenda que todos os anos os atletas se submetam a exames.


'Estava nas mãos dos médicos'


Enquanto outros jogadores, como o ponta francês do Bayern de Munique Kingsley Coman ou o alemão do Hertha Berlin Sami Khedira, sofrem um tipo de arritmia que lhes permite continuar a jogar na elite, esse parece não ser o caso de Agüero.


— Eu estava nas mãos dos médicos e eles me disseram que o melhor era parar de jogar. Tomei a decisão há dez dias. Fiz todo o possível para ver se havia esperança, mas não havia muita — disse o argentino na coletiva desta quarta, apoiado por seu colegas de equipe, pelo presidente do clube, Joan Laporta, e por seu ex-treinador no City, Pep Guardiola.


Dependendo de seu diagnóstico, Agüero poderia optar por implantar um desfibrilador, como fez o dinamarquês Christian Eriksen após sofrer um mal súblito enquanto defendia a seleção da Dinamarca na última Eurocopa. Segundo Fabricio, existem pessoas que optam por medicamentos e outras que reduzem consideravelmente o nível de atividade física. O médico afirma que a última opção não é a mais recomendada, pois, em geral, a prática evita problemas cardíacos ao invés de causá-los.


O atacante encerra a carreira esportiva depois de apenas quatro meses no Barcelona, onde havia chegado em julho vindo do Manchester City. Uma lesão na panturrilha direita o impediu de fazer sua estreia logo. Ela aconteceu apenas em 17 de outubro, contra o Valencia. Depois de apenas cinco jogos e um gol pelo time do Barça, veio a arritmia.


— Você sempre quer dar mais, mas acho que fiz o melhor, por mim pessoalmente e especialmente pelo clube — disse Agüero.


O jogador encerra uma carreira de muitas conquistas, principalmente no Manchester City, onde se tornou ídolo como o maior artilheiro de todos os tempos, com 260 gols em 390 jogos. Ele chegou ao clube inglês em 2011, depois de cinco anos no Atlético de Madrid, onde deu o salto para a Europa vindo do Independiente.


Ao longo de dez anos vestindo a camisa do City, ele conquistou cinco Premier Leagues, uma FA Cup, seis Copas da Liga e três Community Shield. Esses troféus foram somados à Liga Europa e à Supertaça Europeia conquistadas com o Atlético em 2010.


Fonte: O Globo

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