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Estudantes de Rondônia criam 'biopomada' para tratar leishmaniose e ganham prêmio nacional



Preocupados com os casos de leishmaniose da região, cinco estudantes do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) começaram a desenvolver uma alternativa de tratamento mais prática e com mais facilidade de acesso. Foi essa inovação que rendeu aos alunos a segunda colocação em um prêmio nacional.


Ana Clara Souza, Cauê Eduardo, Hugo Rodrigo, Laura Lauani e Sofia Nunes estudam química no instituto e desenvolveram uma 'biopomada' para tratamento de leishmaniose cutânea.

Atualmente o tratamento tradicional dura 30 dias, mesmo com constantes aplicações de injeções na pele. A ideia dos estudantes é simplificar esse processo e o torná-lo menos intenso. “A gente se reuniu, fez várias pesquisas e percebeu que a leishmaniose cutânea é uma doença muito forte na nossa região, com números de casos elevadíssimos. Daí surgiu a ideia de usar tratamentos tradicionais para lesões cutâneas para tentar mitigar o tratamento atual da doença”, disse Hugo Rodrigo, um dos estudantes. Segundo a Agevisa, os números de casos estão em queda no estado de Rondônia. Mas, mesmo assim, no último ano foram registrados 779 casos de leishmaniose.

O protótipo criado pelos alunos tem como base produtos naturais, como óleo de copaíba, folhas damiana e cera de abelha. Por isso, além de facilitar o acesso ao tratamento, também deixaria o processo mais brando ao paciente. Projeto premiado A 9ª edição do Programa Solve for Tomorrow, realizado pela Samsung, premiou projetos que “se destacaram pela criatividade e relevância de suas propostas”.

A biopomada dos alunos do Ifro chamou a atenção também pela conexão com a realidade e conquistou o segundo lugar na edição nacional.

“Quando chegamos aos 10 finalistas nossas expectativas aumentaram bem mais. Por nós termos conquistado o 2º lugar desse prêmio do júri técnico é mais do que gratificante, foi uma experiência muito incrível”, contou Laura Lauani. Processos para usabilidade da pomada O produto passou por testes laboratoriais, como impermeabilização e retenção à pele, o que já é fundamental para o projeto. A próxima fase será a testagem “in vivo”. “Depois dessa parte de ‘in vivo’, vai ser feita a análise dos resultados para que se possa seguir com testes para humanos. Mas tudo isso é um processo muito lento e muito demorado, porque são muitos critérios que têm que ser seguidos”, disse a professora de química Márcia Bay.

Mesmo cientes dos anos de pesquisa que ainda vão ter que se dedicar pelo projeto, Ana, Hugo e Sofia desejam continuar as pesquisas. Eles também já se inscreveram para cursar Engenharia Química no Ifro. O que é leishmaniose cutânea? Conhecida também como ferida brava, leishmaniose é uma doença infecciosa que causa úlceras na pele. Além disso, também provoca mucosas das vias áreas. A transmissão é por meios de insetos que são conhecidos como mosquito-palha. Pela picada de fêmeas infectadas por eles, o ser humano pode ter consequências bastante graves, caso não seja realizado o tratamento correto e imediato.


Fonte: G1

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