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Estudo sugere que filhos do meio são mais honestos e humildes



Entre piadas e memes que os retratam como os “esquecidos” da família, os filhos do meio ganham destaque em um novo estudo sobre características de personalidade. A pesquisa sugere que os filhos do meio tendem a ser mais honestos, agradáveis e humildes do que os irmãos mais velhos, mais novos ou os filhos únicos.


Publicado no periódico PNAS em 23 de dezembro, o estudo foi conduzido pelos pesquisadores canadenses Michael Ashton e Kibeom Lee, que utilizaram uma medida de personalidade chamada HEXACO, uma alternativa ao tradicional modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade (Abertura à Experiência, Consciência, Extroversão, Agradabilidade e Neuroticismo).


O HEXACO avalia seis dimensões principais: honestidade/humildade, emotividade, extroversão, amabilidade, consciência e abertura à experiência. Para essa pesquisa, foram analisados dados de 710.797 indivíduos que realizaram um teste de personalidade no site hexaco.org, onde também informaram sua ordem de nascimento.


Personalidade dos filhos do meio


Os resultados revelaram que os filhos do meio apresentaram as maiores pontuações nas categorias de honestidade/humildade e amabilidade, seguidos pelos irmãos mais novos, depois pelos mais velhos e, por fim, pelos filhos únicos. Os pesquisadores também observaram que, quanto maior o número de irmãos, mais prevalentes eram esses traços.


“Uma possibilidade de senso comum é que, quando se tem mais irmãos, deve-se cooperar com mais frequência, em vez de agir de acordo com preferências egoístas. Essa situação pode promover o desenvolvimento de tendências cooperativas em geral”, explicaram Ashton e Lee, no artigo.

Outro fator analisado foi a influência da religiosidade, já que famílias religiosas tendem a ter mais filhos. Segundo os pesquisadores, cerca de 25% das diferenças de traços de personalidade entre os indivíduos poderiam ser atribuídas à religiosidade. No entanto, a ordem de nascimento e o tamanho da família permaneceram como fatores predominantes para explicar as diferenças observadas.


Os autores alertam que esse é um dos primeiros estudos a investigar essa perspectiva, por isso reforçam que as conclusões não são definitivas e que os métodos podem ser revisados.


Estudos anteriores não haviam encontrado diferenças tão marcantes entre as personalidades de irmãos. Por exemplo, uma pesquisa realizada em 2020 revelou que não havia diferenças significativas no narcisismo entre filhos únicos e pessoas com irmãos. Outra análise, de 2019, que também usou o modelo HEXACO, encontrou diferenças muito pequenas entre as duas categorias.


Portanto, embora a pesquisa abra novas possibilidades para entender como a dinâmica familiar influencia a personalidade, ela não encerra o debate. Mesmo assim, os filhos do meio agora têm uma boa razão para reivindicar seu lugar especial nas famílias e nas festas de fim de ano.


Fonte: Metrópoles

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