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Ex-funcionária de dermatologista denunciado por abusos diz à polícia que médico tocava partes íntima

A Delegacia de Defesa da Mulher ouviu nesta quarta-feira (30) três testemunhas sobre o caso do dermatologista de Jundiaí (SP) Paulo Cunha, de 71 anos, que está sendo investigado após sete mulheres terem registrado boletim de ocorrência por abusos sexuais.

Entre as mulheres que prestaram depoimento está uma ex-funcionária do médico, que alegou à polícia que trabalhou anos na clínica. Ela afirmou que durante sessões de laser para retirada de pelos das pacientes, o médico colocava a mão nas partes íntimas das mulheres.

Em nota, o médico nega as acusações, diz que se colocou à disposição para esclarecer qualquer mal entendido e que vai provar a inocência.

Outra testemunha foi uma ex-paciente do dermatologista, que afirmou ter sofrido abuso sexual há pelo menos 20 anos, quando ainda era adolescente.

Ela relatou à polícia que o médico colocou as mãos em sua partes íntimas, e que tanto a mãe quanto ela ficaram com medo e assustadas.

Pacientes denunciaram abusos sexuais durante consultas em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV TEM

Denúncias

Segundo a polícia, após as denúncias, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) apreendeu os computadores da clínica para fazer perícia.

Uma das mulheres que registraram as queixas é uma jovem de 19 anos. Ela conta que faria um exame para analisar uma alergia nos pés e um tratamento de estrias que surgiram após a gestação, quando teria sido constrangida ao ter que tirar toda a roupa.

“Pediu primeiro que eu tirasse toda a roupa. Deitei de bruços. E aí que ele começou a passar a mão no meu bumbum, na minha coxa”, disse.

Mulheres denunciam dermatologista em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV TEM

Ainda segundo ela, o exame do dermatologista passou para outra parte do corpo. Além disso, ele teria feito diversas perguntas íntimas.

“Pediu para que eu levantasse a blusa e o sutiã. Eu levantei e ele começou apalpar os meus seios”, detalha.

Outras seis mulheres procuraram a DDM com a mesma reclamação. Uma das pacientes, de 55 anos, afirma que passou por uma consulta há mais de 3 meses para tentar descobrir o motivo de uma coceira na pele.

Ela ainda afirma que passou por um exame visual e saiu do consultório sem um diagnóstico. “Começou a me perguntar qual era e como era minha vida sexual. Fiquei muito constrangida.”

Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí investiga caso — Foto: Fernanda Elnour/TV TEM

Sindicância

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo afirmou que instaurou uma sindicância para apurar as denúncias. Em caso de indícios de infração ética, será aberto um processo.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia, que o médico é integrante, afirmou que confia na investigação da polícia.

Paulo Cunha é um médico conhecido na cidade com pós-doutorado no exterior e palestras pelo mundo. Em nota, a faculdade de medicina de Jundiaí informou que não tem nenhuma relação com as denúncias e que o médico é conhecido pela excelência do trabalho.

Por conta do sigilo, a polícia não pode falar sobre o caso. O suspeito ainda será ouvido na investigação.

A polícia ainda espera pelo resultado da perícia nos equipamentos eletrônicos apreendidos no consultório e deve marcar o depoimento do médico para concluir o inquérito.

Fonte: G1

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