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Governo prevê taxa seletiva sobre cigarro e bebida por efeitos colaterais negativos a saúde



O Ministério da Economia informou na sexta-feira (24) através da assessoria de imprensa, que uma das próximas etapas da reforma tributária que o governo pretende enviar ao Congresso terá a criação de um imposto seletivo sobre cigarros e bebidas alcoólicas. A primeira etapa da reforma foi enviada ao congresso nesta semana e abordou um projeto de lei que prevê a unificação do PIS e do Cofins, nos moldes de um imposto sobre valor agregado, chamado de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), com alíquota de 12%.

O ministro Paulo Guedes, apelidou esse novo tributo que o governo está querendo criar sobre bebidas alcoólicas, de imposto sobre o "pecado". 


Guedes explica que o tributo deverá funcionar como uma taxação excedente sobre esses produtos, que apresentam as chamada "externalidades negativas", ou seja, causam efeitos colaterais sobre os consumidores e, consequentemente, oneram o serviço público de saúde.

A ideia da proposta é que o novo imposto seletivo substitua o atual Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado de bebida alcoólica e cigarro.


Atualmente, além do IPI, esses produtos são taxados pelo PIS e Cofins (tributos que o governo propôs unificar na primeira parte da reforma tributária, enviada nesta semana ao Congresso).


Imposto sobre cigarro e bebida alcoólica


Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostram que o cigarro é tributado em 80% e o charuto, em 62%.


A vodca e a cachaça têm taxação de 82%, o chope de 62%, o uísque de 61% e o espumante, de 60%.


A assessora do Ministério da Economia, Vanessa Canado, afirmou que a intenção é manter a tributação elevada. Ela disse que não é possível estimar se a mudança representará aumento de preços para o consumidor.


Ainda de acordo com ela, a proposta contempla, neste momento, somente cigarros e bebidas alcoólicas, produtos com efeito negativo "incontroverso" sobre a saúde.


Mas o governo estuda incluir também na proposta uma taxação maior sobre a emissão de carbono, que já existe na Europa. Se adotada, modelos de automóveis mais poluentes seriam sobretaxados.


No fim do ano passado, em evento no Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Paulo Guedes explicou a ideia da taxação.


"O cara fuma muito e bebe muito, taca imposto nele. Porque se ele fuma muito e bebe muito, vai ter problema de pulmão lá na frente para pagar o hospital público e desincentiva ele a fumar um pouco. Vício tem que ser caro", disse Guedes na ocasião.


Fonte: Folha Vitória

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