Uma jovem de 21 anos, que estava na 9ª semana de gestação, procurou a Polícia Militar (PM) para denunciar um aborto provocado em Ariquemes (RO), Vale do Jamari. Segundo relato da vítima à polícia, na noite de segunda-feira (17) ela teria ido a um motel com o namorado médico e, depois de chegar em casa, o suspeito aplicou uma injeção abortiva sem o seu devido consentimento.
Aos policiais, a gestante contou ter saído com o namorado por volta de 21h até um motel na BR-364, sentido Porto Velho. No local eles permaneceram por uma hora, até que decidiram ir para a casa do médico, de 36 anos.
Segundo a vítima, enquanto estava na casa, o namorado lhe ofereceu uma massagem, momento que o suspeito teria amarrado as mãos da vítima com uma calcinha. Usando uma seringa, um homem teria aplicado uma substância na jovem, no 9° mês de gestação.
A vítima alega ter entrado em luta corporal com o suspeito, mas este a dominou e colocou uma substância em seu nariz, onde acabou adormecendo.
Quando acordou, minutos depois, a jovem diz que estava sangrando nas partes íntimas e que o namorado se recusou a levá-la embora. “Ele disse que a medicação era para meu próprio bem”, afirmou a mulher em depoimento.
Após muita insistência da vítima, o médico teria consentido em levar a namorada até a casa de uma tia, onde a deixou na frente do imóvel. A mulher foi amparada pela tia, que imediatamente levou a sobrinha até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Segundo a PM, funcionários da UPA fizeram contato com a central de operações e informaram sobre a suspeita de violência doméstica.
A guarnição foi até a casa do médico e, na ocasião, o homem relatou que de fato teria encontrado sua namorada na noite de segunda-feira e ido com ela até um motel. Ele confirmou ter levado a jovem até sua residência logo depois, porém alegou que sua namorada estava se queixando de cólica, acompanhada de sangramento.
Devido a este sangramento, o médico disse aos policiais ter administrado um medicamento para dor, além de um intramuscular na nádega direita da namorada.
Questionado pelos policiais se este tinha conhecimento da gravidez, o homem confirmou que sabia, porém o casal já tinha conversado sobre um aborto como ‘a melhor solução’ para o casal. Segundo ele, era sua namorada quem desejava interromper a gravidez.
Aos policiais, o médico entregou ainda a seringa usada para aplicar o ‘intramuscular’ e os demais medicamentos dados a fim de conter o sangramento da namorada.
Segundo a médica obstetra da casa de parto de Ariquemes, após examinar a vítima, foi constatado sinais contundentes de um possível aborto em andamento na vítima.
Nesta terça-feira (18) a mulher prestou depoimento na delegacia. O médico também foi ouvido pelo delegado da Unisp, mas sua defesa preferiu, por enquanto, não falar com a reportagem da Rede Amazônica.
Fonte: G1
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