Enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham no Hospital de Campanha do Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro, denunciam que foram colocados para dormir no chão. Um vídeo gravado por eles os colchões no chão com os profissionais da saúde descansando.
“Isso é absurdo. Isso é desumano”, reclamou um dos profissionais que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus.
Ao ter conhecimento das imagens, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que a situação é “inadmissível” e mandou uma equipe ao local para que qualquer inadequação seja resolvida imediatamente. O órgão afirmou ainda que vai notificar a organização social Iabas, que é a responsável pela unidade.
“Eu só quero falar que depois vai ter o afastamento de um monte de profissionais por pneumonia, por Covid. Aí vão falar que a gente não se paramentou corretamente, mas o colchão está no chão”, afirmou uma das funcionárias.
A porta do alojamento tem mofo e o local não tem luz. Eles afirmam que não há colchões suficientes para todos.
Eles afirmam que a situação deles é diferente da oferecida aos médicos. No dormitório deles há camas, ar condicionado, TV e sofá.
“Não querendo desmerecer a categoria, não pode ter discrepância, porque são todos linha de frente. Enquanto você tem médico dormindo no alojamento com cama, televisão e ar condicionado, as imagens mostram o que fizeram com a equipe de enfermagem. Dormindo no chão, ao relento, em um local insalubre e jogado às traças”, denunciou um dos profissionais.
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem também reclamam que parte dos equipamentos de proteção individual não chegou.
“Sapato não chegou. Temos que usar nosso próprio sapato, trazendo a contaminação do hospital, dentro do foco, para a rua”, contou outro profissional.
O Iabas informou em nota que há condições iguais de descanso e dormitório para todos os colaboradores, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, e pessoal administrativo. De acordo com a organização social, as imagens se referem a um treinamento de enfermeiros no Pavilhão B que, segundo ela, ainda não foi aberto, e os dormitórios estavam fechados.
“Houve um erro de preparação para atender esse tipo de demanda que não se repetirá. A preocupação maior naquele momento foi com o treinamento dos colaboradores. É importante frisar que as imagens não se referem a algo recorrente, foi um problema pontual já contornado”, explicou a organização.
Fonte: G1
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