No TikTok, o médico Justin Shafa, de Los Angeles, relatou um caso inusitado: um paciente, que não foi identificado, foi hospitalizado após ficar três meses sem defecar.
O caso foi descrito por médicos em um fórum on-line. Segundo os especialistas, o paciente sofria de constipação tão extrema que os resíduos endureceram e ficaram presos no cólon, um problema conhecido clinicamente como impactação fecal.
O médico que atendeu o homem revelou o caso na rede social Reddit. “Tive que perguntar ao paciente após o exame quando foi a última vez que ele evacuou. Ele disse que tinha sido há três meses”, contou.
A tomografia computadorizada mostrou uma massa grande e granulada no centro do corpo – toda ela composta por fezes.
Impactação fecal
A impactação fecal pode ser causada por constipação crônica, desidratação ou dieta pobre em fibras e pode levar à formação de massas endurecidas e ao bloqueio do trato digestivo.
As fezes inicialmente ficam no reto, mas depois se acumulam gradualmente no cólon ou no intestino grosso. À medida que permanecem presas, o corpo continua absorvendo água e umidade dos bolos fecais, fazendo com que fiquem duros e calcificados.
Os sintomas da constipação incluem dor no abdomen, inchaço, necessidade de defecar sem conseguir e dor de estômago.
O radiologista Shafa, que compartilhou as imagens, comparou o acúmulo de fezes a uma gestação de trigêmeos. “É impressionante”, disse.
Segundo o gastroenterologista Bernardo Martins, do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, casos como o desse paciente são incomuns e geralmente estão relacionados à alguma doença.
“Ele provavelmente tem uma doença no intestino, talvez uma condição da movimentação do intestino chamada de peristalse. O quadro acontece quando alguma alteração impede o intestino de empurrar o bolo fecal até o reto e do reto até o anus para evacuar. Quando existe alguma alteração, seja de não conseguir contrair ou empurrar, pode acontecer de a pessoa não evacuar”, esclarece.
O especialista explica que a situação pode se tornar grave, causando uma perfuração intestinal. “É muito perigoso porque, com a alça intestinal distendida, podem ocorrer microperfurações e a flora intestinal, que não causa problemas quando permanece no intestino, pode cair na corrente sanguínea e causar uma infecção generalizada”, afirma.
No relato, não há informações sobre como o caso do paciente foi tratado, mas segundo Martins, trata-se de uma situação cirúrgica.
“Deve ser feita uma cirurgia para retirada desse bolo fecal: não tem como passar tantas fezes pelo reto. Quando o intestino está doente, ele não consegue se movimentar. Nesses casos, é preciso realizar a colectomia para tirar o intestino, avaliando até onde ele está saudável, e fazer a conexão com a parede da barriga para fazer a colostomia, permitindo a saída de fezes para a bolsa coletora”, explicou.
Fonte: Metrópoles
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