A Polícia Civil de São Paulo realiza buscas para encontrar o respirador roubado por assaltantes na última sexta-feira (29), durante o transporte até um hospital da capital paulista. O equipamento é essencial para o tratamento de pacientes em estado grave da covid-19. O crime é investigado por uma equipe do 98º DP (Parque Jardim Miriam).
O funcionário de uma empresa fornecedora de equipamentos médicos foi abordado por três suspeitos dentro do carro, enquanto esperava pela abertura de um semáforo em uma avenida da zona sul de São Paulo. O destino da peça seria uma unidade hospitalar da zona norte paulistana.
Os ladrões mantiveram a vítima como refém por cerca de três a quatro horas e, durante todo o tempo do sequestro, exigiram informações sobre o funcionamento do aparelho.
"Porque o que eles roubaram não tem serventia nenhuma. Eles não sabem [como utilizar o respirador]. Só viram o valor da nota, mas não sabe, o que é. A não ser que se tiver alguém específico atrás disso. Pedindo, né?", revelou a vítima, ainda traumatizada e surpresa com a ação.
Para o funcionário, o trabalho se tornou mais perigoso em função da crise provocada pela pandemia da Sars-Cov-2. "Ainda mais para quem trabalha com isso: oxigênio, respirador, inalador e todo o tratamento da covid-19. A gente fica bem apreensivo mesmo", comentou.
O infectologista Jean Gorinchteyn teme que o alto valor dos respiradores, somado à grande procura pelas peças devido à crise sanitária, desperte ainda mais o interesse de assaltantes. "Virou um bem muito valioso. Espero que não tenha esse tipo de mercado negro", enfatizou.
O médico, que atua no Hospital Emílio Ribas, explica também que o equipamento, escasso em hospitais de todos os estados do país, requer a experiência de profissionais especializados para ser posto em funcionamento.
"Para que possa ser utilizado, é manipulado por profissionais médicos. Mas nem todos os médicos sabem mexer, colocá-lo em funcionamento. Ter um aparelho como esse sem saber fazer uso, seguramente perde qualquer sentido", frisou o infectologista Jean Gorinchteyn.
Fonte: R7
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