O médico Renato Maia Guimarães morreu nesta segunda-feira (10/2), após complicações de pneumonia, aos 67 anos. Ele deixou um legado de extrema relevância na área da geriatria desde quando chegou na capital, em 1985. Nos últimos 10 anos, o mineiro passou a sofrer complicações causadas pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Com uma amizade de quase três décadas, o médico Marcus Vinícius elenca o espírito jovem de Renato. “Ele sempre foi uma pessoa de muito esperança e alegria, apesar da doença”. O profissional ocupou o cargo de presidente na Academia de Medicina de Brasília (AMBr), após a saída do médico. “Foi uma honra sucedê-lo. Ele teve a grandeza de fazer uma excelente administração”, revela. O carinho pela capital é relembrado pela filha mais velha, Mariana Guimarães, 40 anos. “Ele tinha um carinho enorme por Brasília, foi o mineiro mais candango que eu conheci”, revela.
A primogênita se orgulha do legado que o pai deixou no apoio e tratamento de pessoas idosas. “Foi uma pessoa que viveu e amou intensamente. Isso é ser Renato Maia, ser intenso em tudo que faz”, se emociona. A referência de dr. Renato para a caçula Juliana Guimarães, 38, é de uma pessoa protetora. “Estava sempre cuidando de todos. Deixa o ensinamento de que devemos sempre lutar, trabalhar, correr atrás e fazer bons projetos”, diz. O pai também foi um exemplo de alegria para ela.
“Sempre encarou a vida com muito bom humor. Até sexta-feira passada, quando estava internado, estava fazendo piada”, relembra. “A luta que ele passou é um ensinamento para a gente de garra e força de vontade”, reflete Givanildo Rocha, 32, técnico de enfermagem da clínica em que Renato era diretor. O funcionário agradeceu pelos momentos com o médico. “Ele foi um grande homem, me acolheu, deu conselhoa. Fez muito que um pai por mim”, disse.
Carreira
Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Renato Maia acumulava mais de 45 anos na profissão. Ele fez pós-graduação em Medicina Geriátrica na University of Birmingham e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB), além de atuar como professor voluntário de Geriatria da UnB e se destacar recentemente, em 2016 como membro e presidente da Academia de Medicina de Brasília.
Também trabalhou como coordenador da Linha de Cuidado Pesquisa e Educação Permanente em Saúde do Idoso da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS-DF), foi presidente da International Association of Gerontology and Geriatrics e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O médico geriatra deixa a esposa, duas filhas e uma neta.
Fonte: Correio Brasiliense
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