Em Curitiba, médicos de todas as especialidades do sistema público estão sendo treinados para saber usar um equipamento essencial para tratar casos graves da Covid-19.
O doutor Felipe José da Silva é médico ortopedista e dá plantões numa unidade de pronto atendimento em Curitiba, onde atende todo tipo de paciente. Agora, por causa da pandemia, ele voltou à sala de aula para reaprender a operar um respirador.
“A equipe tem que está toda treinada, pra saber operar o aparelho, instituir os parâmetros respiratórios, pra que a gente consiga manejar incialmente o paciente”, conta Felipe.
O respirador normalmente é operado por médicos intensivistas e fisioterapeutas que atuam em UTIs – ao todo são cerca de 7.400 profissionais no país. Nos casos mais graves da Covid-19, o doente não consegue respirar direito, e o aparelho é necessário para deixar a respiração mais eficiente e garantir a sobrevivência.
“Cada paciente precisa de um ajuste. Nenhum paciente vai ser aquele robô, que sempre coloca um certo dado e ele vai ficar. Então ele precisa ser diferenciado pra cada um e precisa sim de um treinamento”, explica médico Murilo da Silva Padilha.
O país tem mais de 65 mil respiradores, a maioria no SUS. O Ministério da Saúde comprou mais 25 mil aparelhos de empresas nacionais e estrangeiras. E vem alertando que “há carência de profissionais de saúde capacitados para manusear esses equipamentos”.
“Não basta eu ter o equipamento e não saber manejá-lo, né?”, fala Tatiane Filipak, diretora de atenção à saúde/Prefeitura de Curitiba.
A intenção da prefeitura não é formar médicos intensivistas, o que levaria muito mais tempo. As aulas são para dar uma noção básica aos médicos da rede municipal para que eles sejam capacitados a agir numa situação de emergência.
“Os profissionais que estão hoje atuando dentro da medicina intensiva poderão não dar conta de toda a demanda de pacientes que podem acontecer ao mesmo tempo. Formar um número maior de pessoas, mesmo num tempo mais curto, é fundamental nesta hora”, diz o doutor Álvaro Réa-Neto, membro da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira).
Fonte: G1
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