Um exame de imagem poderia substituir uma dolorosa biópsia para avaliar o câncer de próstata?
Essa é a visão do Dr. Jelle Barentsz, Ph.D., médico do Radboudumc em Nijmegen, na Holanda, que recentemente apresentou dados corroborando o uso de uma técnica rápida biparamétrica (bp) de ressonância magnética da próstata.
O médico propõe esta técnica como o primeiro passo na investigação diagnóstica dos pacientes com aumento dos níveis de antígeno específico da próstata (PSA, do inglês Prostate-Specific Antigen). Esse exame de imagem poderia poupar os homens da dor e das complicações de uma biópsia da próstata, pelo menos nesta primeira etapa.
Dr. Jelle propôs o termo “manografia” para a nova técnica.
Isso pode tornar a RM da próstata para os homens de uma certa idade o equivalente da mamografia para o câncer de mama em mulheres de uma certa idade, sugeriu o médico.
“A RM pode ser rápida, precisa, não invasiva e potencialmente menos cara do que as biópsias”, disse o Dr. Jelle.
Quando eu soube inicialmente desta possibilidade ainda não efetivada de usar a RM como modalidade de rotina para o câncer de próstata, oferecendo a perspectiva tentadora de evitar a biópsia, eu pensei, “tô dentro”.
Falo como um homem de 62 anos que tem a sorte de ter feito três – vamos dizer que sejam três – biópsias de próstata guiadas por ultrassonografia, cujos resultados, felizmente, vieram negativos.
Tendo em conta a minha história familiar e o meu nível de PSA acima do normal, conversei sobre o assunto com o meu médico do atendimento primário, e concordamos que fazia sentido para mim “ser macho” e encarar as biópsias.
Procurando encrenca
O rastreamento do câncer de próstata pelo teste do PSA no sangue já foi difundido nos Estados Unidos, mas atualmente é controverso.
As preocupações com os possíveis prejuízos decorrentes do excesso de diagnósticos de lesões que podem nunca se disseminar levou a recomendações contrárias ao uso de rotina do PSA.
O PSA é um marcador notoriamente instável, que pode ser modificado por vários fatores, como relação sexual, exercícios e alimentação, como publicado no Medscape no início deste ano.
A US Preventive Services Task Force (USPSTF) divulgou uma declaração afirmando que encarar o rastreamento do câncer de próstata na minha faixa etária – dos 55 aos 69 anos de idade é, na melhor das hipóteses, indiferente. O comunicado diz, em parte, o seguinte:
“Para determinar se este serviço é adequado em determinado caso, os pacientes e os médicos devem ponderar os benefícios e os danos com base em história familiar, raça e/ou etnia, doenças concomitantes, valores do paciente sobre os benefícios e danos do rastreamento, e tratamento dos possíveis resultados, além de outras necessidades de saúde. Os médicos não devem fazer o rastreamento para os homens que não afirmam que querem fazer”.
Fonte: Medscape
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