A chegada da temporada de chuvas motivou o Governo do Distrito Federal a intensificar as ações no combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Embora o trabalho ocorra o ano inteiro, o período entre novembro e janeiro é considerado de maior risco. Para cumprir metas e objetivos, o GDF lançou neste sábado (9), em Planaltina, o programa Dengue Zero 2020, com a presença do governador Ibaneis Rocha e parte do secretariado.
“O cuidado, este ano, será redobrado com a dengue”, destacou o governador. “Nós estamos preparados para atender a população do DF, pois adquirimos todos os produtos e insumos para combater o mosquito.” A ação contará com 200 agentes de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (SES), 60 veículos e o suporte de 400 soldados do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
“Nós estamos preparados para atender a população do DF, pois adquirimos todos os produtos e insumos para combater o mosquito”Governador Ibaneis Rocha
O lançamento do programa conta ainda com diversos serviços prestados à população de Planaltina. Próximo à feira permanente, duas tendas montadas pela SES reuniram profissionais para informar as pessoas sobre o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Foram oferecidos também testes rápidos para detecção de hepatites B e C, HIV e sífilis; verificação de pressão arterial, glicemia e bioimpedância; orientações nutricionais e de odontologia, com distribuição de kits; serviços de ouvidoria para a comunidade; práticas integrativas em saúde (PIS), como automassagem e tai chi chuan; e exposição de plantas medicinais, como a citronela, que tem propriedades capazes de afastar o Aedes aegypti do ambiente. Outro importante trabalho foi feito pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Planaltina, que abriu um espaço para conversar com a população sobre prevenção ao suicídio.
Enfrentamento
Nos primeiros nove meses do ano, a SES inspecionou 834.449 imóveis no Distrito Federal – quase 92 mil a mais que no mesmo período do ano passado. O uso de Ultra Baixo Volume (UBV), conhecido popularmente como fumacê, também se intensificou neste ano: foram 989.526 aplicações do insumo, contra 62.855 em 2018; e 39.528 aplicações de UBV costal, contra 19.625 no ano passado. Além disso, foram instaladas 1.354 armadilhas para o mosquito. O governo também investiu na capacitação de mais de 280 servidores da Vigilância Ambiental.
834.449Número de residências inspecionadas pelo GDF nos primeiros nove meses deste ano
A chuva e o calor formam o ambiente perfeito para que o Aedes aegypti se desenvolva. Para evitar que essa combinação aumente a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito, a pasta tem trabalhado há meses na prevenção e conscientização da população.
Na primeira quinzena deste mês, será finalizado o quarto e último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) deste ano. Com os dados, será possível traçar novas estratégias regionais, aumentando a efetividade das ações.
No fim de outubro, a SES apresentou o Plano de Enfrentamento das Arboviroses (2020/2023). O documento foi elaborado em concordância com as áreas técnicas e a Sala Distrital, com o objetivo de reduzir o número de óbitos provocados pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Além disso, o plano pretende aumentar a efetividade das ações e diminuir o tempo de resposta no combate ao mosquito, minimizando as dificuldades decorrentes da sazonalidade e os riscos de epidemia.
As ações objetivam dobrar de 40 para 80 o número de veículos para aplicação do fumacê, reforçar com mais 200 pessoas o efetivo de agentes nas ruas, usar motos para reforçar pulverização de Ultra Baixo Volume (UBV) e contar com o apoio de 1,5 mil agentes do Corpo de Bombeiros.
Todas as 33 regiões administrativas contarão com pelo menos uma moto de borrifação, mas a expectativa é que um efetivo três vezes maior esteja à disposição da secretaria, de acordo com a necessidade e da demanda das ações de combate ao mosquito. Também está sendo estudada uma ação conjunta de prevenção e combate à dengue com os municípios do entorno.
O plano é organizado em cinco eixos temáticos: coordenação; assistência; vigilância; apoio logístico; e comunicação, mobilização e educação em saúde. A meta é organizar o espaço e a responsabilidade de cada órgão do DF nessa rede de enfrentamento do Aedes aegypti.
Atenção Primária
A capacitação também tem sido frente de trabalho na Atenção Primária, importante aliada nas notificações e tratamento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a dengue. Os profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) estão sendo preparados para atuar em cenários de prática de investigação epidemiológica, visando ao aprimoramento das ações de vigilância, prevenção e controle de arboviroses.
“Essas ações consistem em selecionar uma área de cobertura da Estratégia de Saúde da Família, respeitando critérios de capacidade operacional associados à existência de evento epidemiológico recente, como caso confirmado de dengue, nas quatro semanas que antecedam ao início da semana de atuação, no território”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica, Cássio Peterka.
Manejo
A prevenção e o controle das doenças também conta com manejo ambiental. A atividade consiste, entre outras etapas, em retirar dos ambientes residenciais, comerciais e áreas públicas os materiais inservíveis antes que virem criadouros do mosquito.
A execução é intersetorial, pactuada com órgãos do GDF, como a Secretaria das Cidades, SLU, DF Legal, Corpo de Bombeiros Militar e, em especial, as Administrações Regionais. No geral, elas ajudam na localização de objetos inservíveis e fornecem apoio logístico – incremento de mão de obra e veículos – para remoção de material. A execução é realizada de forma descentralizada pelos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental (Nuval).
Parceria
A série de ações do GDF envolve também um acordo com o Ministério da Saúde. Em outubro, a SES assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) nº 1/2019 com o objetivo de regulamentar a alocação de servidores cedidos pelo ministério à secretaria. São 120 agentes de vigilância ambiental cedidos nessa parceria para o exercício de atividades de controle epidemiológico em campo, exclusivamente em zonas rurais do DF.
Fonte: Agência Brasília
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