A recuperação da cirurgia pode ser acelerada com um truque simples: ouvir música, segundo uma pesquisa apresentada no Congresso Clínico do American College of Surgeons (ACS) 2024, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
"Quando os pacientes acordam após a cirurgia, às vezes eles se sentem realmente assustados e não sabem onde estão. A música pode ajudar a facilitar a transição do estágio de despertar para um retorno à normalidade e pode ajudar a reduzir o estresse em torno dessa transição", explica Eldo Frezza, autor sênior do estudo e professor de cirurgia na Faculdade de Medicina da Universidade Northstate da Califórnia.
Os pesquisadores encontraram evidências de que a utilização de músicas após a cirurgia pode levar a uma série de efeitos positivos. Dentre eles estão: níveis de dores no corpo mais baixos, menor ansiedade, menor frequência cardíaca e menor uso de fármacos para dor.
A equipe observou que as dores mostraram uma redução estatisticamente significativa, cerca de 19% em uma das escalas (Numeric Rating Scale) e 7% em outra (Visual Analog Scale). Já os níveis de ansiedade foram eduzidos em cerca de 2,5 pontos, ou 3%, conforme avaliado pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado.
Além disso, os participantes operados que ouviram música também mostraram uma melhora na frequência dos batimentos cardíacos. Segundo o estudo, esse grupo teve 4,5 batimentos a menos por minuto em comparação com pacientes que não ouviram música. Isso é positivo pois a frequência cardíaca saudável ajuda na recuperação, permitindo a circulação eficaz de oxigênio e nutrientes por todo o corpo.
Assim como o grupo que aderiu às músicas usou menos da metade da quantidade de morfina comparado ao outro.
"Embora não possamos dizer especificamente que eles sentem menos dor, os estudos revelaram que os pacientes percebem que sentem menos dor, e achamos que isso é igualmente importante. Ao ouvir música, você pode se desassociar e relaxar. Dessa forma, não há muito o que fazer ou focar, e você pode se acalmar", disse Shehzaib Raees, primeiro autor do estudo e estudante do terceiro ano de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Northstate da Califórnia, em comunicado.
Fonte: O Globo
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