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Ozempic: aumento no uso de medicamentos contra obesidade está ligado a queda de cirurgias bariátricas, diz estudo; entenda



Estudo realizado em pacientes obesos com seguro privado descobriu que houve um aumento acentuado no uso de medicamentos do receptor de peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1), como Ozempic e Wegovy, ao mesmo tempo que diminuiu drasticamente o número de cirurgias bariátricas.


A pesquisa foi realizada por equipes do Brigham and Women's Hospital, em colaboração com pesquisadores da Harvard TH Chan School of Public Health e da Brown School of Public Health. Segundo os pesquisadores, o uso de GLP-1 mais que dobrou de 2022 a 2023. No mesmo período, houve uma redução de 25,6% em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica metabólica para tratar obesidade.


"Nosso estudo fornece uma das primeiras estimativas nacionais do declínio na utilização da cirurgia metabólica bariátrica entre pacientes com seguro privado, correspondendo ao uso crescente dos medicamentos de sucesso GLP-1", disse o autor sênior Thomas C. Tsai, cirurgião bariátrico metabólico do Departamento de Cirurgia do Brigham and Women's Hospital.


O estudo usou uma amostra nacional de dados de reivindicações de seguro médico de mais de 17 milhões de adultos com seguro privado. Os cientistas, entretanto, afirmam que a cirurgia bariátrica metabólica continua sendo o tratamento mais eficaz e durável para a obesidade.


“Os esforços nacionais devem se concentrar em melhorar o acesso ao tratamento da obesidade — seja farmacológico ou cirúrgico — para garantir que os pacientes possam receber o melhor tratamento", disse Tsai, que também é professor assistente de Cirurgia na Harvard Medical School.


O pesquisador observa que, embora os GLP-1 possam tratar eficazmente a obesidade e condições relacionadas (como diabetes), esses medicamentos têm sido limitados por altos custos, fornecimento limitado e efeitos colaterais gastrointestinais que podem levar à interrupção do tratamento e subsequente reganho de peso.


"Como os pacientes com obesidade dependem cada vez mais de GLP-1s em vez de intervenção cirúrgica, mais pesquisas são necessárias para avaliar o impacto dessa mudança do tratamento cirúrgico para o farmacológico da obesidade nos resultados dos pacientes a longo prazo", disse Tsai.


Os pesquisadores afirmam que são necessários mais estudos para entender as compensações entre o uso de intervenção cirúrgica e o uso de GLP-1, mas que os resultados dessa pesquisa encorajam clínicos e formuladores de políticas a continuar monitorando o acesso ao tratamento eficaz da obesidade.


Fonte: O Globo

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