No Hospital de Apoio de Brasília (HAB), a quinta-feira (23) foi especial para a técnica de enfermagem Ana Cristina Gualberto, de 44 anos. Diagnosticada com câncer, ela está internada desde o dia 14 deste mês no hospital, onde recebe tratamento multiprofissional de apoio para casos sem possibilidade de cura.
O sonho de Ana Cristina – formar-se em enfermagem – virou realidade com o empenho de toda a equipe do hospital, amigos e voluntários. “Eu sempre gostei de cuidar de pessoas, e cuidar com amor, por isso queria ser enfermeira”, relata a paciente.
“Eu sempre gostei de cuidar de pessoas, e cuidar com amor, por isso queria ser enfermeira”Ana Cristina Gualberto
Antes de ficar doente, Ana Cristina cursava o último ano do curso de enfermagem, mas precisou interromper. O esforço para trabalhar e estudar e as complicações com a saúde nunca a desanimaram. “Percebemos o grande amor da paciente pela profissão e nos mobilizando para realizar o sonho”, destaca a psicóloga Giselle de Fá Lima.
Trajetória de superação
“Sempre soube do sonho da minha amiga”, relata Márcia Maria de Araújo, colega de faculdade de Ana Cristina. “Ela fez o estágio depois de passar por uma quimioterapia. Andava longa distância para poder ir para a faculdade. Todos os professores sempre a elogiavam”. O reconhecimento, enfim, frutificou.
“A possibilidade de realizar esse sonho nos mobilizou e conseguimos providenciar uma categoria de carteira profissional, até então inexistente nos conselhos de enfermagem do país”, explica o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Marcos Wesley. Foi assim que Ana Cristina recebeu a carteira especial de enfermeira honorária.
“Não acreditei quando falaram que eu iria realizar o meu sonho, pensei que era brincadeira”, declarou Ana Cristina. “A carteirinha profissional era algo muito difícil de conquistar.”
A cerimônia contou também com o juramento profissional da enfermagem, beca, entrega simbólica do diploma e um momento muito esperado por Ana Cristina: o lançamento capelo (chapéu de formatura), ato simbólico e especial para os formandos.
Após a solenidade, ela fez questão de colocar o jaleco, com seu nome e o da profissão bordados. Depois, confraternizou com os presentes: “Foi tudo especial. Agradeço aos profissionais, aos voluntários e aos amigos. É um sonho concretizado”.
Fonte: Agência Brasília
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