Um estudo realizado na China relatou a presença de microplásticos em coágulos sanguíneos removidos cirurgicamente de artérias do coração, do cérebro, e de veias profundas na parte inferior das pernas de pacientes.
A pesquisa, publicada em 12 abril na revista científica eBioMedicine, contou com 30 pacientes que foram submetidos a procedimentos de trombectomia depois de terem acidente vascular cerebral isquêmico (AI), infarto do miocárdio (IM) ou trombose venosa profunda (TVP).
“Essas descobertas sugerem que os microplásticos podem servir como um fator de risco potencial associado à saúde vascular”, escreve o cientista clínico Tingting Wango, do Primeiro Hospital Afiliado da Faculdade de Medicina da Universidade de Shantou, na China, em artigo.
Microplástico encontrados em coágulos
Com idade média de 65 anos, os pacientes apresentaram seus históricos de saúde e responderam perguntas sobre o estilo de vida, como tabagismo, uso de álcool, hipertensão ou diabetes. Todos usavam produtos plásticos diariamente e estavam divididos entre os que moravam em áreas rurais e urbanas.
Microplásticos de vários formatos e tamanhos foram detectados em 24 dos 30 coágulos sanguíneos estudados, em concentrações variadas. Os tipos de plástico identificados foram:
Cloreto de polivinila (PVC) – frequentemente utilizado na construção;
Polietileno (PE) – usado principalmente em garrafas e sacos de compras;
Poliamida 66 – um plástico comum presente em tecidos e têxteis.
Dos 15 tipos de plástico identificados no estudo, a poliamida foi a mais comum, representando 54% das partículas analisadas. As pessoas com níveis mais elevados de microplásticos nos coágulos sanguíneos também apresentavam maior quantidade de dímero D do que os pacientes os que não tinham microplásticos detectados.
O dímero D é um fragmento de proteína liberado quando os coágulos sanguíneos se rompem, e normalmente não está presente no plasma sanguíneo. Níveis elevados da molécula em um exame de sangue podem indicar a presença de coágulos sanguíneos, levando os investigadores a suspeitar que os microplásticos podem de alguma forma estar se acumulando no sangue para piorar a coagulação.
“Pesquisas futuras com um tamanho de amostra maior são urgentemente necessárias para identificar as fontes de exposição e validar as tendências observadas no estudo”, finalizou Tingting.
Fonte: Metrópoles
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