Para o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, a crise na saúde do Rio tem uma explicação simples: o prefeito Marcelo Crivella não sabe gerir a cidade e fez escolhas erradas em sua administração. Principalmente, por não ter a saúde como prioridade.
“A Câmara aprovou o orçamento pedido pelo prefeito de R$ 5,3 bilhões para a saúde. Mas ele só gastou até agora R$ 3,9 bilhões”, detalhou Pinheiro.
“Assim como no ano passado, ele remanejou dinheiro da saúde para outras áreas. Ele não viu a saúde como prioridade. Em fevereiro, tirou R$ 400 milhões da saúde para outras secretarias, para agradar a vereadores construindo campos de futebol e pracinhas”, afirmou o vereador.
Em entrevista ao Bom Dia Rio desta terça (9), o vereador disse que hoje, a Prefeitura do Rio deve R$ 350 milhões a fornecedores da saúde. Isso, sem contar os salários atrasados dos funcionários das Organizações Sociais (OSs), que administram unidades de saúde e o décimo terceiro de todo o funcionalismo municipal, que ainda não foram pagos.
“O dinheiro existe, arrecadação existe. Mas ele não sabe priorizar. A cidade tem vários problemas, não só na saúde, por erros de gestão. O orçamento da saúde precisa ser executado. A Câmara emprestou R$ 20 milhões para ele pagar o 13º dos funcionários. Agora, ele precisa parar e ver que o modelo de gestão com OSs é caro e ineficiente. Não tem mais condições de continuar”, afirmou Paulo Pinheiro.
Na manhã desta terça (10), pacientes entrevistados pelo Bom Dia Rio sofriam com a falta de atendimento ou superlotação em unidades de saúde do município. Hospitais funcionários reclamam de salários atrasados — majoritariamente geridas por Organizações Sociais, as OSs — estão desertos; já unidades diretamente administrados pela prefeitura enfrentam sobrecarga.
Em paralelo, pacientes que peregrinam por atendimento relatam, além da dificuldade de ver um médico, falta de remédios e insumos — e funcionários de clínicas da saúde estão em paralisação por 48 horas
Na segunda-feira (9), em menos de um mês, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou o segundo arresto de R$ 325 milhões de contas da Prefeitura do Rio, para pagar o salário dos servidores municipais de saúde. O primeiro bloqueio, expedido em 26 de novembro, foi suspenso pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O G1 entrou em contato com a Prefeitura do Rio, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.
Fonte: G1
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