A equipe de saúde espanhola que lutou na linha de frente contra o coronavírus foi honrada nesta quarta-feira (3) com o Prêmio Princesa das Astúrias da Concórdia, por seu “heroico espírito de sacrifício” ainda com o risco de perder “a própria vida”.
O prêmio, primeiro dos oito que serão concedidos a pessoas, ou instituições, de relevante atuação em diversas áreas em nível mundial, foi anunciado após o júri se reunir virtualmente, em função da pandemia.
A Espanha foi um dos países mais fortemente atingidos pela COVID-19, com mais de 27.000 mortos.
Aplaudidos pelos espanhóis todas as noites, às 20h, os funcionários de saúde na Espanha sofreram uma alta taxa de contágios da doença, representando 22% (mais de 50.000) dos 240.000 casos confirmados, conforme dados oficiais. Além disso, mais de 50 médicos morreram, de acordo com as faculdades de medicina.
Em sua decisão, o júri parabenizou as “milhares de pessoas que, de suas respectivas responsabilidades e tarefas, em centros de saúde públicos e privados e outros serviços, estiveram em contato direto com os pacientes infectados pela COVID-19, formando a linha de frente no combate à doença”.
Os funcionários de saúde na Espanha recebem, diariamente, aplausos dos espanhóis em suas varandas, às 20h locais, desde o início do confinamento em meados de março.
No auge da epidemia, os profissionais da saúde se queixaram da superlotação em hospitais e da falta de equipamento de proteção. Em Madri, a área mais afetada, a equipe de saúde protestou nos últimos dias, exigindo mais recursos.
O Ministério da Saúde não informa há dias o número de trabalhadores da saúde que foram infectados.
O prêmio da Concórdia inaugura o ciclo dos prêmios internacionais Princesa das Astúrias, considerados os mais prestigiados do mundo ibero-americano.
São oito no total, que serão concedidos pela Fundação Princesa das Astúrias em junho a indivíduos ou instituições de destaque em todo mundo, em áreas que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pelas artes e pelas ciências sociais.
Instituídos em 1981, são dotados de 50.000 euros (US$ 56.000) e uma escultura criada por Joan Miró.
Os prêmios, que levam o nome do título da herdeira ao trono da Coroa espanhola, a princesa Leonor, são entregues pelos reis em outubro em uma cerimônia em Oviedo, capital das Astúrias.
Fonte: IstoÉ
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