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Reumatologista diz que falso médico usou seu nome e documentos por mais de três anos

O reumatologista que teve o nome e documentos usados por um falso médico que atuava na região de Itapetininga (SP) relatou em um vídeo que foi vítima de um estelionatário por mais de três anos. 

Segundo a investigação da Polícia Federal em Sorocaba (SP), na operação “Cochabamba” foram expedidos nesta terça-feira (12) sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao falso médico e um de prisão contra ele, apesar de o suspeito já estar preso. Foram apreendidos celulares e documentos.

“Fui vítima de um estelionatário, de uma quadrilha que faz uso de documentações falsas para exercer ilegalmente a medicina no estado de São Paulo. A pessoa já atuava há mais de três anos com meu nome, com documentações extraviadas, que devem ter sido burladas e falsificadas”, diz o verdadeiro médico Liszt Jonney Silva dos Santos.

“Quero ressaltar que minha profissão é reumatologia, e resido em Ji-Paraná, Rondônia, na qual não me ausento para outras localidades para exercer meu trabalho. Não atuo no estado de São Paulo.”

Polícia cumpre mandados contra falso médico no interior

A operação foi realizada para cumprir o mandado de prisão preventiva contra os crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, exercício ilegal da medicina e estelionato contra a administração pública, após investigações iniciadas em 2018.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Santa Luzia D’Oeste, Rolim Moura e Ji-Paraná (RO) pois, segundo denúncias, o falso profissional usava o nome de um médico de Rondônia.

O falso médico já foi preso pela Polícia Civil, mas o novo mandado de prisão preventiva contra ele foi expedido no âmbito federal.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, o falso médico atuou por anos em cidades como Itapeva, Tatuí, Itapirapuã Paulista e Itararé (SP).

Suspeito atuou em cidades como Itapeva — Foto: Reprodução/TV TEM

A Prefeitura de Tatuí disse que o investigado atuou como clínico geral entre fevereiro de 2017 e maio de 2018 no pronto-socorro, por meio do contrato da Santa Casa de Misericórdia da cidade. Informou que ele não trabalhou no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e nos postos de saúde da cidade, e que não houve registros de diagnósticos errados.

Disse que, na época de contratação, ele apresentou toda a documentação necessária, inclusive uma certidão do CRM. Também afirmou que o então secretário de Saúde de Tatuí, Jerônimo Fernando Simão, foi quem fez as denúncias contra o suposto médico.

A Prefeitura de Itararé disse que não consta nenhum vínculo de trabalho ou prestação de serviços médicos em nome do suspeito. No entanto, informou que na Santa Casa, a prestação de serviço foi realizada entre 2013 e 2016.

A Santa Casa de Itararé informou que os documentos apresentados à Santa Casa foram averiguados junto ao CRMSP e foi constatado que eles que estavam de acordo, com registro ativo e constava e foto. Disse que nunca houve desconfiança da empresa em relação ao suspeito, que atuava como clínico geral.

A Prefeitura de Itapeva (SP) disse que Sobre a prefeitura de Itapeva informa que colaborou com as investigações e assim que recebeu as denúncias encaminhou ao Cremesp, em junho de 2018, e disse que o médico se afastou do cargo antes do término do contrato, alegando problemas de saúde com um parente.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que a fraude foi informada pelo médico, em 2018. Imediatamente, a inscrição secundária foi anulada em São Paulo e o Cremesp comunicou a ocorrência à Polícia Federal de Sorocaba, além do Conselho Regional de Medicina de Rondônia, responsável pelo registro de origem do médico em questão e também pela autorização para a emissão de inscrições em outros estados.

O Cremesp disse que esta ação ilícita é grave e muito preocupante porque coloca em risco a segurança de milhares de pacientes. Por isso, orienta aos médicos que, em caso de suspeita deste tipo de ocorrência, denunciem imediatamente às autoridades policiais, uma vez que trata-se de crime de falsidade ideológica.

Fonte: G1

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