O isolamento social por conta do novo coronavírus alterou a rotina de muita gente. Trabalho, estudo e lazer foram um dos afazeres que mudaram de uma hora para outra. Mudanças que, quando são repentinas, podem abalar a saúde mental e até a física.
A psiquiatra e psicoterapeuta Vivian Beatriz Orlandin Coelho explica que, durante esse tempo, a melhor maneira para cuidar da saúde mental é estabelecer uma rotina.
"Colocar um horário para acordar e dormir, para comer, para trabalhar e estudar e até para lazer. Assim a nossa mente estará organizada", explica.
A internet também tem sido o meio no qual as pessoas passam a maior parte do tempo na quarentena e, segunda Vivian, ela pode ser sim uma alternativa para conversar com os amigos e familiares, mas é preciso ficar atento ao excesso.
"O excesso de internet pode virar uma dependência. Estamos vendo muitas fake news e notícias ruins o tempo todo e isso pode ser prejudicial para a saúde mental e desenvolver a ansiedade", constatou a psiquiatra.
Vivian atua como psiquiatra no ambulatório médico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e, segundo ela, a maneira de perceber que uma pessoa não está bem mentalmente é o excesso de sofrimento. "O sofrimento é algo natural do ser humano, mas quando ele começa a interferir na vida, como por exemplo, a pessoa passa a ter dificuldade em se relacionar mais com as outras, não consegue trabalhar e estudar, ou ate ter sintomas físicos, esse é o ponto que ela precisa recorrer a algum tipo de ajuda", explicou a médica. " É importante destacar que isso não é uma fraqueza. É algo que pode acontecer com qualquer pessoas e não está no nosso controle", acrescentou. Não existe uma idade especifica para desenvolver uma doença mental, mas existem doenças que são mais comuns no final da adolescência e no começo da vida adulta, pois é nesse período que as pessoas passam por uma alteração hormonal e têm uma remodelação cerebral. "Cuidar bem da criança e do adolescente ajuda a prevenir muitas doenças mentais que acontecem no adulto, mas as doenças podem começar antes disso, depois ou serem genéticas", informou Vivian. Auxílio online Durante o isolamento, alternativas para quem não se sente bem emocionalmente são oferecidas na internet e por telefone, como o aplicativo "Covid-19 Coach", disponilibilizado apenas em inglês, o "Tele Psico Covid-19", um número de telefone que será oferecido pelo Ministério da Saúde, o Centro de Valorização à Vida (CVV), que atende pelo telefone (19) 3422-4111, entre outros. "Ter menos preconceito e estar mais aberto a procurar ajuda, isso já é o primeiro passo para o tratamento", conclui Vivian.
Fonte: G1
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