A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou a presença de norovírus em amostras humanas de fezes coletadas na Baixada Santista e analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista. Normalmente, o vírus é transmitido por via fecal-oral.
A confirmação ocorre após uma explosão no atendimento de pacientes com gastroenterite no Guarujá, litoral paulista. O cenário foi classificado como um surto pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Em Santos e na Praia Grande, também no litoral paulista, também houve relato de aumento de casos.
Nos últimos anos, também foram registrados surtos de norovírus em Florianópolis e em Salvador. Em janeiro do ano passado, autoridades de saúde da Califórnia alertaram as pessoas para evitarem comer ostras cruas de partes do México depois que mais de 200 pessoas sentirem sintomas de doenças gastrointestinais.
O histórico de intoxicação alimentar com ostras é antigo. Elas estão, inclusive, entre os alimentos que mais causam infecção nas pessoas. Como as ostras são filtradoras, elas podem concentrar germes, como Vibrio e norovírus, em seus tecidos. Também é possível contrair intoxicação alimentar ao comer qualquer marisco cru (amêijoas, mexilhões, búzios, berbigões), por isso a recomendação é só comer esses alimentos cozidos.
Outros alimentos que consta na lista de possível intoxicação são as saladas envoltas em sacos plásticos. A alface ensacada pode conter germes intoxicantes alimentares, como E. coli, Salmonella e Listeria. Elas costumam ser seguras se armazenadas refrigeradas e bem lavadas antes de ir para à mesa. O consumo também deve ser feito o mais rápido possível após a compra.
O que é norovírus?
O norovírus é a causa mais comum de doenças gastrointestinais de curta duração. Esse vírus tem alta capacidade infecciosa e resistência que provoca condições gastrointestinais como: diarreia, vômitos e febre, conhecidas como gastrenterites. Outros sintomas da infecção incluem náusea, dor abdominal, dores musculares, cansaço e dor de cabeça.
A transmissão ocorre via oral-fecal por meio da água ou alimentos contaminados, ou ainda através do contato com pessoas que estejam infectadas. Ele tem uma alta capacidade infecciosa e é capaz de permanecer em superfícies, facilitando a transmissão. A doença costuma ser autolimitada, com duração de, em média, três dias.
“Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção”, esclarece Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da Pasta, em comunicado.
Tratamento
O principal tratamento da infecção é a hidratação e repouso. Analgésicos e antitérmicos podem ajudar a reduzir outros sintomas, como febre e dores. A Secretaria da Saúde ressalta ainda que nenhum medicamento deve ser tomado sem conhecimento e indicação médica.
Para casos mais graves, é preciso realizar a hidratação endovenosa. A hospitalização, em geral, é muito rara.
Crianças e idosos precisam de atenção especial. Evacuações muito frequentes e líquidas, dificuldade na hidratação com vômitos que não cedem, pele e boca secas, dificuldade em urinar são indicações de que se deve procurar o serviço de saúde.
Prevenção
Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar;
Evite alimentos malcozidos;
Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados;
Evite tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas;
Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre, corretamente armazenados;
Observe bem a higiene os estabelecimentos comerciais;
Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida.
Fonte: O Globo
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