O médico agredido no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, na quarta-feira (13) teve dois dentes quebrados e precisou passar por duas cirurgias. Jean Paulo Griebeler, de 31 anos, disse ter levado socos depois de atender uma grávida. “A paciente me agradeceu e, ao virar as costas, o familiar que estava atrás dela veio ao meio encontro, só proferiu as palavras ‘eu te avisei’ e me agrediu fisicamente”, resumiu.
O suspeito é Marcelo Assumpção Ulisseya, de 45 anos, que foi preso na manhã de quarta, após a agressão, e teve a prisão preventiva decretada nesta quinta (14). O advogado dele, Gessivaldo Oliveira Maia, afirmou que vai estudar o caso e pedir a liberdade do cliente.
Agressão
O médico ainda está assustado. Depois da agressão, a repercussão do caso também o surpreende. Ele está no terceiro ano de residência em obstetrícia.
O profissional foi agredido pelo marido de uma paciente. O homem não queria que a esposa fosse examinada na ausência dele. Mas como na sala de exames havia outras mulheres prestes a ter bebê, o suspeito foi barrado.
Em uma imagem do sistema de monitoramento do hospital, o casal aparece conversando no corredor, depois do exame. Os dois caminham em direção ao consultório novamente. Nesse momento, o médico disse que a paciente pediu os documentos de volta para procurar outro hospital. Foi quando a agressão ocorreu.
A vítima disse que foi agredida com um soco na boca e outro no peito. Segundos depois, o casal sai correndo do hospital.
O suspeito foi preso logo depois da agressão, no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, cidade vizinha, onde a mulher acabou tendo o bebê. O homem já tinha antecedente pelo mesmo crime. Foi levado para o presídio de Itajaí. Deve responder por lesão corporal grave.
O Conselho Superior das Entidades Médicas, que reúne cinco entidades em Santa Catarina, emitiu uma note de repudio ao fato. Disse que não há justificativas para atitudes dessa magnitude e que o episódio de Itajaí não é um fato isolado.
Outro lado
A defesa do suspeito afirmou em nota que “não houve qualquer motivação por ‘ciúme’, o que de fato ocorreu foi uma negligência do centro obstétrico, onde foi desrespeitado o direito do acompanhamento da paciente”. Segundo o documento, a paciente e o marido pediram que o procedimento médico fosse feito por uma profissional mulher “por conta de eventos anteriores de supostos casos de abuso médico que a paciente havia sofrido”.
Ainda conforme a nota, o desentendimento ocorreu quando o suspeito pediu à vítima que devolvesse a carteirinha de saúde da paciente, já que o casal iria para outro hospital. “O médico não entregou a carteira de saúde, Marcelo solicitou outras vezes, até que perdeu a paciência e agrediu o médico”, de acordo com a nota.
“Marcelo lamenta o ocorrido e pretende ressarcir os danos causados à vítima, a situação causada se deu por mero desentendimento”, finalizou a defesa no documento.
Fonte: G1
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