Consumir alimentos ultraprocessados é prejudicial para todas as partes do corpo, mostra estudo publicado no The British Medical Journal (BMJ), na quarta-feira (28/2). Ao revisar 45 estudos sobre hábitos alimentares e saúde, os pesquisadores descobriram que este tipo de alimentação está associada a 32 doenças diferentes, incluindo câncer, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Os ultraprocessados são alimentos industrializados produzidos para serem mais atrativos ao paladar. São fabricados com grandes quantidades de corantes, conservantes e aromatizantes artificiais, e pobres em vitaminas e fibras. Doces, salgadinhos, refeições prontas, biscoitos recheados e refrigerantes são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados.
O consumo frequente de ultraprocessados já foi associado a inflamações no organismo e a doenças crônicas. Em países de renda alta, como a Austrália e os Estados Unidos, eles representam 42% e 58% do total de calorias consumidas por dia, respectivamente.
Pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália, França e Irlanda se uniram para fazer a revisão de 45 estudos sobre o tema. Juntos, os trabalhos acompanharam aproximadamente 10 milhões de pessoas para compreender os efeitos do consumo recorrente desses alimentos a longo prazo.
Impacto dos alimentos ultraprocessados no organismo
A ingestão de ultraprocessados foi associada a um risco 50% maior de morte por doenças cardiovasculares – incluindo ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) – e 12% maior de diabetes tipo 2.
A alimentação pobre em nutrientes e rica em calorias também foi relacionada a um aumento entre 48% e 53% no risco de desenvolver ansiedade e 20%, no de depressão.
Os voluntários que comiam mais refeições ultraprocessadas tinham 55% mais probabilidade de serem obesos, 41% a mais de apresentarem problemas de sono e 40% de chiado no peito. As chances de morte por qualquer causa foram aumentadas em 20%.
“No geral, os autores descobriram que dietas ricas em alimentos ultraprocessados podem ser prejudiciais para a maioria, talvez para todos, os sistemas do corpo. Não existe razão para acreditar que os humanos possam se adaptar totalmente a estes produtos.
32 riscos de saúde associados ao consumo de ultraprocessados:
Mortalidade por todas as causas;
Mortalidade por câncer;
Mortalidade por doenças cardiovasculares;
Mortalidade por problemas cardíacos;
Desfechos adversos relacionados ao sono;
Ansiedade;
Transtornos mentais comuns;
Depressão;
Asma;
Chiado no peito;
Desfechos de doenças cardiovasculares combinados;
Morbidade de doenças cardiovasculares;
Hipertensão;
Hipertriacilgliceridemia;
Colesterol HDL baixo;
Doença de Crohn;
Colite ulcerativa;
Obesidade abdominal;
Hiperglicemia;
Síndrome metabólica;
Doença hepática gordurosa não alcoólica;
Obesidade;
Excesso de peso;
Sobrepeso;
Diabetes tipo 2;
Câncer de mama;
Câncer em geral;
Tumores do sistema nervoso central;
Leucemia linfocítica crônica;
Câncer colorretal;
Câncer pancreático e
Câncer de próstata.
Fonte: Metrópoles
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