O Ministério da Saúde passou a recomendar, no início de abril, o uso de máscaras para diminuir o risco de contaminação pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Podem ser as de tecido, costuradas em casa, ou as descartáveis. Já as cirúrgicas, em falta nos hospitais, devem ficar restritas a médicos e profissionais de enfermagem.
É importante que todos usem a máscara da forma correta: cobrindo completamente o nariz e a boca, sem vãos laterais. Segundo infectologistas ouvidos pelo G1, manusear ou descartar o equipamento da forma errada pode aumentar o risco de contaminação.
Abaixo, entenda quais são os cuidados necessários:
Não deixe o nariz ou a boca expostos
Não deixe o nariz descoberto. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
Não cubra apenas as narinas – a máscara precisa revestir o nariz inteiro. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
A máscara funciona como uma barreira: quem já estiver contaminado não vai espalhar gotículas com o vírus ao falar, tossir ou espirrar, por exemplo. E aqueles que estiverem saudáveis também terão uma proteção no rosto para que as mucosas da boca e do nariz não entrem em contato com partículas contaminadas.
Em resumo, portanto, a função da máscara é cobrir as “portas de entrada e de saída” do vírus no organismo. Daí vem a importância de jamais deixar os lábios e as narinas expostos.
Para que a proteção seja efetiva, o ideal é que a máscara cubra o nariz inteiro e desça até o queixo, de modo que não sejam formados vãos por onde gotículas possam entrar. O equipamento não vai se mover pelo rosto — vai moldar-se a ele.
A máscara deve ir até o queixo, para melhorar a fixação no rosto. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
“Quem usa óculos sabe que é incômodo, porque as lentes embaçam. Mas não tem jeito. Se descermos o tecido para o meio do nariz, a fixação não vai ser perfeita”, afirma Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury.
Ele menciona que alguns modelos têm um arame flexível por dentro, que deve ficar abaixo da região entre as sobrancelhas. É mais uma forma de moldar a máscara ao rosto.
Não use máscaras largas para o seu rosto
A máscara não pode ficar larga e formar vãos nas laterais do rosto. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
No caso das máscaras de tecido, artesãos costumam perguntar se elas serão usadas por adultos ou crianças, justamente para fabricá-las no tamanho adequado.
Mesmo assim, é possível que o equipamento fique largo nas laterais do rosto. O infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Emílio Ribas, recomenda que seja feito um nó nos elásticos ou na cordinha.
“A vedação precisa ficar completa. Mas é importante que o ajuste seja feito ainda em casa, com as mãos limpas. Não adianta fazer a adaptação no transporte público. Além de a pessoa ficar exposta ao vírus enquanto mexe na máscara, vai manuseá-la sem a higienização correta”, diz.
Não tire a máscara e deixe-a no queixo
Não deixe a máscara no queixo ao fazer pausas para beber água, por exemplo. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
Para tirar a máscara por pouco tempo – ao beber água, por exemplo -, não a puxe para o queixo. Primeiramente, porque, ao fazer isso, você terá de encostar na parte do tecido, que pode estar contaminada. O ideal é só tocar nas cordinhas ou no elástico.
Além disso, há o risco de a máscara se inverter, ao ser tirada do queixo e posicionada novamente no rosto. “A parte externa, que talvez esteja com o vírus, pode virar para dentro e ficar em contato com a pele, justamente na área das mucosas. Ocorreria a contaminação”, explica Jean.
Não apoie a máscara em mesas.
Não deixe a máscara sobre a mesa. — Foto: Arte/G1
Quando for fazer uma pausa para a refeição, por exemplo, jamais coloque a máscara sobre a mesa: a superfície pode estar contaminada. “Ainda mais em ambientes de uso comum, como cafeterias das empresas, há o risco de contágio. O ideal é guardar a máscara em um saquinho limpo”, explica Granato.
Caso seja um intervalo rápido, tire a máscara de trás para frente, tocando apenas nos elásticos, e segure-a (sempre evitando encostar na parte do tecido). Depois, recoloque-a, também pelos elásticos.
Não encoste na máscara, só nos elásticos
Não toque na parte do tecido da máscara – apenas nos elásticos. — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1
Encoste apenas nos elásticos. — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Conforme explicado acima, devemos evitar tocar na parte de tecido da máscara. Suponha que você esteja em um transporte público e que alguém contaminado, sem usar o equipamento de proteção, tussa a uma curta distância. A face externa da sua máscara ficará com gotículas que contêm o vírus.
Se você tocar nessa parte, seja para ajeitar o tecido ou tirar/colocar a máscara, contaminará suas mãos. Ao levá-las aos olhos, pode contrair a doença. Ou, se encostar em outros objetos, espalhará o vírus e poderá infectar outras pessoas.
Ao descartar a máscara, coloque-a em um saco.
Coloque a máscara em um saco antes de descartá-la. — Foto: Arte/G1
Se a sua máscara for descartável, coloque-a sempre dentro de um saco (de papel ou de plástico) antes de jogá-la na lixeira. Isso evita que alguém, ao recolher o lixo, encoste na máscara contaminada e se infecte.
Troque a máscara de 2 em 2 horas
As máscaras devem ser trocadas com frequência: de duas em duas horas ou sempre que ficarem úmidas. Se você tossir ou espirrar, por exemplo, lave bem as mãos, tire o equipamento da forma correta e descarte-o em um saco (se for a de tecido, lave-a). Higienize as mãos novamente e coloque uma nova máscara.
Fonte: G1
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